Os bons terão sempre lugar no jornalismo

Antigo director da Televisão de Cabo Verde, Daniel Medina é Professor Doutor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), no curso de Ciências da Comunicação. Jornalista, cronista de rádio e jornal, comentador da televisão, Medina é um comunicador nato. Nha Terra Online foi conhecer o autor de Pela Geografia do Prazer que se prepara para lançar novo livro no mercado e saber a sua opinião sobre o jornalismo caboverdiano, a sua vida de docente, entre outras questões.

Banalização da Profissão de Jornalismo em Cabo Verde

Em vários artigos nossos publicados em Cabo Verde temos vindo a alertar o Governo e aos cidadãos, pela degradação galopante do nosso “jornalismo”. Colocamos aqui a palavra jornalismo entre aspas, porque em nosso entender não existe o jornalismo cabo-verdiano.

Diversidade de Cursos na Comunicação

Uma das causas apontadas para menos vestibulandos interessados em Jornalismo é o número de opções relacionadas à comunicação. Muitos com vocação para cinema e fotografia, por exemplo, acabavam no curso por falta de opção. Existem alguns cursos de graduação e de tecnologia que podem estar por trás do fenômeno.

Como fazer um Resumo

O resumo é uma forma de reunir e apresentar por escrito, de maneira concisa, coerente e frequentemente selectiva, as informações básicas de um texto pré-existente. É a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância.

Bibliotecas Virtuais

grande referência na área de bibliotecas virtuais, com os sites mais importantes para informação e comunicação sobre ciência e tecnologia

sábado, junho 27, 2009

Tenho uma proposta a fazer-vos!

Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, propor, v. tr., significa apresentar para exame; submeter para apreciação; sugerir.

Segundo o mesmo dicionário, impor, v. tr. significa pôr em cima; estabelecer; obrigar a.
Quais as alternativas contidas na proposta? Afinal, havia realmente uma proposta?

segunda-feira, junho 22, 2009

Analisar um Discurso II

Depois de seleccionar o discurso pretendido, a próxima etapa é a de analisá-lo criticamente. Como já foi dito, o discurso não precisa ser um longo texto e ele pode ser seccionado e a análise ser feita somente sobre uma parte. Não se esqueça de deixar isso claro no texto.

Por exemplo, irei usar um pequeno discurso:
Ao negar o desenvolvimento histórico do povo dominado, necessariamente nega também o seu desenvolvimento cultural. Compreende-se também porque é que a dominação imperialista, como qualquer outra dominação estrangeira, para toda sua segurança, exige a opressão cultural e a tentativa de liquidação directa ou indirecta dos elementos essenciais da cultura do povo dominado.
Amílcar Cabral, A arma da teoria. Unidade e luta I, Lisboa: Seara Nova, 1976

Para começar pode-se, resumidamente, falar da biografia e/ou bibliografia do autor do discurso e também da época em que o discurso foi escrito ou proferido. É importante situar o leitor no momento do discurso, pois muitos factores (sociais, políticos, culturais, etc.) inferem no fundo e na forma do discurso.

Contexto Histórico
EX: Este discurso que aparece no livro A arma da teoria. Unidade e luta I de Amílcar Cabral, foi escrito em meados da década de setenta, logo após a independência de Cabo Verde. Cabral, agrónomo de formação é o herói nacional e um dos grandes impulsionadores da luta, tanto armada como cultural do povo africano, procurava devolver ao seu povo o orgulho na sua cultura.
Cabo Verde, que esteve sob domínio colonial português até a sua independência em 5 de Junho de 1975, sofreu também culturalmente pois muitas das suas formas de expressão cultural – como o Batuko e a Tabanka – eram proibidas.


Durante a análise crítica deve-se procurar responder a certas perguntas:
O Sujeito
A quem se dirige o discurso? O autor fá-lo de uma forma explícita? O discurso é dirigido a um indivíduo, uma comunidade fechada ou à uma nação?

A Identidade
A identidade tem a ver com a origem social, género, classe, atitudes, crenças de um falante, e é expressa a partir das formas linguísticas e dos significados que esse falante selecciona.

EX: O discurso de Cabral é dirigido não somente ao seu povo que sofreu o domínio colonial, mas também ao próprio povo colonizador. Se Cabral queria que seu povo tomasse consciência da sua cultural extremamente rica, também ele queria que o colonizador tivesse noção dessa cultura, pois ele já havia afirmado que a sua luta não era contra o povo português, mas contra o regime.

Intertextualidade e Interdiscursividade
As categorias intertextualidade e a interdiscursividade analisam as relações de um texto ou um discurso, considerando outros que lhe são recorrentes. Os textos “respondem” a textos anteriores e, também, antecipam textos posteriores. É a propriedade que os textos têm de estar repletos de fragmentos de outros textos.

Análise Textual
Análise denominada de “descrição”. É a dimensão que cuida da análise linguística. A análise textual deve ser feita conjuntamente com as outras dimensões.

Determinar, através das estratégias de linguagem do discurso, as relações sociais (respeito, inimizades, racismo, amor, etc.) entre os participantes.
Coesão: Mostrar de que forma as orações e os períodos estão interligados no texto.
Verificar se tipos de processo [acção, evento...] e participantes estão favorecidos no texto, que escolhas de voz são feitas (activa ou passiva) e quão significante é a nominalização dos processos. Por exemplo, há motivação para escolher a voz passiva. Seu uso permite a omissão do agente por ser irrelevante, por ser evidente por si mesmo ou por ser desconhecido, mas, também, a omissão pode ter razões políticas ou ideológicas, a fim de ofuscar o agente, a causalidade e a responsabilidade.
Enfatizar as palavras-chave que apresentam significado cultural, as palavras com significado variável e mutável, o significado potencial de uma palavra, enfim, como elas funcionam como um modo de hegemonia e um foco de luta.
Caracterizar as metáforas utilizadas em contraste com metáforas usadas para sentidos semelhantes em outro lugar, verificar que factores (cultural, ideológico, histórico etc.) determinam a escolha dessa metáfora. Verificar também o efeito das metáforas sobre o pensamento e a prática.

EX: O discurso de Cabral não é feito na intenção de construção de um ‘eu’, mas sim da construção de uma identidade nacional. Com uma linguagem polida, o discurso reclama da dominação estrangeira usando uma estrutura frásica bem elaborada e com recurso à voz passiva, minimizando o poder do colonizador numa clara evidência de que o poder de se auto elevar pertencia ao próprio povo africano. Cabral usa um discurso directo sem recurso à metáforas que poderiam provocar algumas dúvidas de interpretação.

Destacaremos algumas concepções de hegemonia aceitas por Fairclough (2001: 122):
a) É tanto liderança como exercício do poder em vários domínios de uma sociedade (económico, político, cultural e ideológico).
b) É, também, a manifestação do poder de uma das classes economicamente definidas como fundamentais em aliança com outras forças sociais sobre a sociedade como um todo, porém nunca alcançando, senão parcial e temporariamente, um ‘equilíbrio instável’.
c) É, ainda, a construção de alianças e integração através de concessões (mais do que a dominação de classes subalternas).
d) É, finalmente, um foco de luta constante sobre aspectos de maior volubilidade entre classes (e blocos), a fim de construir, manter ou, mesmo, a fim de romper alianças e relações de dominação e subordinação que assumem configurações económicas, políticas e ideológicas.
Ideologia, a partir dessa visão de hegemonia, é “uma concepção do mundo que está implicitamente manifesta na arte, no direito, na actividade económica e nas manifestações da vida individual e colectiva” (GRAMSCI apud FAIRCLOUGH, 2001: 123).

EX: Cabral tem como ideologia que o povo africano já tinha atingido um grande desenvolvimento durante o seu processo histórico e de que tentativa do colonizador de dominar culturalmente o seu povo era, também, uma tentativa de negar o contributo de África para o desenvolvimento mundial.

A Análise
Não há um consenso sobre onde iniciar a análise de um texto, se ao nível dos componentes linguísticos, isto é, o texto em si, e das práticas discursivas envolvidas, ou se ao nível das práticas socioculturais associadas ao uso do texto, sendo possível iniciar com qualquer um desses níveis.


O importante é produzir conhecimento.


Texto elaborado a partir do trabalho:
ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO, UMA PROPOSTA PARA A ANÁLISE CRÍTICA DA LINGUAGEM - Cleide Emília Faye Pedrosa (UFS)

daivarela

sábado, junho 20, 2009

Que Associação de Estudantes para a Lusófona?

Que estratégia adoptar para fazer com que um universitário tome consciência do seu próprio poder? Talvez pegá-lo pelos ombros e sacudi-lo? Talvez promover um discurso inflamado? Ou, talvez, apelar ao sentimentalismo? Quem sabe se a melhor estratégia seria dar-lhe um safanão enquanto é-lhe feito uma dissertação sobre poesia.

Se vida de um universitário é estressante e cansativo, vida de universitário-trabalhador não tem comparação. Só assim se justifica a quase apatia dos universitários em questões que um simples finca-pé resolveria. É contraditório que aquele que mais se esforça para pagar seus estudos, seja aquele que menos se manifesta quando seus direitos parecem estar a serem lesados.

Conversas de corredor tem os efeitos que nós já conhecemos: efeito nulo. Povo de espírito passivo (há quem lhe chama de outra coisa), o crioulo aceita os mandos e desmandos sempre resmungando baixinho (ou transferindo a violência para dentro de casa). Mas revoltar-se, exigir a uma só voz? Disso a História não reza muitos casos. A princípio esperneia um pouco para rapidamente se resignar sob o facto consumado.

O universitário faz parte duma comunidade que demonstra necessitar de liderança. Mas quem se candidata a liderar um grupo que chega à noite depois de um dia cansativo sem energia nem vontade de reivindicar? Sem uma força credível e forte duma Associação de Estudantes a dar cara e corpo às reivindicações, quem avançar para liderar poderá logo ser tachado de trivid. Pior do que ser rotulado de trivid é não ter o apoio daqueles por quem se dá a voz.

Toda e qualquer instituição universitária deverá ter uma Associação de Estudante. Faz parte da credibilidade da própria Universidade. Uma Universidade deve ser um centro de conhecimentos, aonde se formam os futuros quadros de um país. Se os universitários não conseguem se organizar para se representarem, como esperar que farão um melhor trabalho quando estiverem à frente dos destinos do país?

Nisso, pergunta-se, que faz a Associação de Estudantes da Lusófona? Estará ela viva? Se está, que projectos tem ela? E se os têm, que os divulgue. Deixa-nos saber deles, envolvam-nos a todos. Porque nós ainda acreditamos que esteja-se a trabalhar para a Associação de Estudantes, mas não queremos que se encontrem na ingrata posição de estar a agir e a não receberem os créditos por causa da falta de comunicação.

Aproxima-se o fim do segundo ano lectivo da Universidade Lusófona e a sua Associação de Estudantes não está legalizada. Isso é grave, mas será que as responsabilidades deverão ser assacadas somente à direcção da Associação de Estudantes? Em grande parte sim, mas os próprios universitários são co-responsáveis, pois não pedem contas aos dirigentes (que avançaram de livre vontade) e não participam das reuniões. E, nesse banho-maria, após mais um ano lectivo nem se formalizou a Associação de Estudantes, nem foi eleito um novo corpo dirigente.

Esperemos que a nova vaga de universitários que virão para o próximo ano consiga reforçar (trazer) o espírito universitário que tanto essa Instituição necessita. Para além de outras qualidades, o universitário é (deve ser) reivindicativo. Lutar para a melhoria das condições dos estudantes é lutar para a melhoria das condições da própria Universidade. Por isso a Associação de Estudantes deverá ser vista como parceira na elevação da qualidade (em todos os sentidos) da Universidade pela Reitoria e receber dela todo o apoio institucional para a sua formalização.
Por: daivarela

terça-feira, junho 16, 2009

Palestra Blogosfera X Jornalismo


Uma palestra com um tema interessante e que na certa iria despertar o interesse dos futuros profissionais da área da Comunicação. Foi com esse pensamento que se convidou a Dra. Matilde Dias, jornalista e o Dr. João Branco na qualidade de “dono” de um dos blogues mais acessados na blogosfera crioula para falarem sobre o tema.

Os blogues são considerados pelo Dr. João Branco como “universos livres, para o bem e para o mal. Eles estão vivos, cheios de debates, chegando mesmo a casos em que jornais impressos se inspiram na blogosfera para abordarem certos assuntos.”

Para Branco, o blog tem que ter opinião, dar a cara e ter personalidade. “O blog tem que ter algo a dizer, com um discurso directo e claro, sem deixar de ter estilo.”

É neste ponto que o Communicare pretende inspirar-se. Apesar de se ser um blog recém-nascido, mas é um blog com aspirações para tal.

“Um blog incomoda, faz barulho e protesta, promovendo a ‘boa’ polémica”, afirma Branco, para quem “o dever do blog é o de comunicar, opinar, criticar e discutir, mas também o de motivar”.

Para que o Communicare se torne um espaço aonde se promove a “boa polémica”, aonde se critica, motiva-se e é-se motivado, é imperioso que o seu público-alvo (Discentes de Comunicação da ULCV), tomem consciência dos desafios que lhes são apresentados e se envolvam neste projecto.

Para apresentar a visão do jornalista, a Dra. Matilde Dias fez-se presente, avançando que “no universo da blogosfera os jornalistas estão pouco presentes”.

Seria de estranhar que num país onde há pouca produção jornalística que houvesse muitos jornalistas a realizarem o seu trabalho no jornalismo “clássico” e que ainda produzissem para um blog. Não se perde nada por esperar.

Segundo Dias, o blog não é jornalismo, mas sim, uma ferramenta que deverá respeitar certos critérios para que seus posts sejam considerados material jornalístico. “Os blogs infiltraram-se tanto no campo jornalístico que poderão modificar o conceito de jornalismo. O blog está a se mostrar como forma de poder e a efectivar a verdadeira democracia.”

Para muitos autores, a Comunicação Social não é o Quarto Poder, mas sim, o Quarto do Poder, onde os políticos se encontram para discutir e o grande público não tem voz. Contrariamente, no blog é o público quem tem a vez e a voz para criticar esses mesmos políticos (politkentes).

“O que de mais interessante tem a nível de debates de ideias estão nos blogs. A crítica é a principal característica dos blogs. É possível emitir opiniões enquanto o jornalista não o pode fazer” afirma Dias.

Apesar de que, muitas vezes o jornalista esquece-se desse pequeno pormaior e tumba! – ‘Toma lá um pouco do que eu acho’.

“O jornalismo de opinião tem uma forte sustentabilidade na blogosfera e o jornalista tem maior liberdade de expressar. Se o blog for sério e com críticas elevadas, atigem seus objectivos e atraem profissionais da área”, concluiu a Dra. Matilde Dias.

Tema interessante como foi dito acima e que deveria ter despertado o interesse de mais alguns dos futuros profissionais da Comunicação Social, porque a formação universitária não se faz somente sentado numa pequena cadeira de madeira incomodativa durante quatro anos. Deus defend!

daivarela

domingo, junho 14, 2009

Regras de ouro das apresentações em público




Muitas são as dificuldades com que se depara numa apresentação em público. Para que isso não se transforme num bicho de sete cabeças, eis algumas dicas importantes:


Prepare-se
A primeira condição sine qua non de uma boa apresentação é a preparação cuidada.

Conheça a audiência
Procure informações acerca da audiência.

Informe-se acerca dos restantes intervenientes
Tente conhecer quem são os restantes intervenientes e quais os temas que abordarão.

Rediga o texto… para ser ouvido – não lido
Escreva o seu texto e as anotações em linguagem conversacional. Ele destina-se a ser escutado – e não lido – pela audiência.

Respeite o tempo de que disporá
Certifique-se de que a sua apresentação se ajusta ao tempo de que disporá. Caso contrário, aborrecerá a audiência… e os restantes intervenientes.

Organize, esquematize, ordene os temas
Organize a apresentação, confira-lhe sequência lógica. Uma estrutura possível é: introdução (refira brevemente o que vai dizer), desenvolvimento (diga o que tem a dizer) e conclusão (resuma os aspectos essenciais daquilo que disse).

Ensaie a apresentação
Ensaie a sua apresentação. Se é inexperiente, o recurso a um amigo (que seja franco consigo) pode ser muito frutuoso.

Antecipe as questões que poderão dirigir-lhe
Pense nas questões que a plateia poderá dirigir-lhe na fase do debate. Cogite sobre a melhor forma de responder-lhes.

Cuide do seu aspecto
Seja cuidadoso no seu aspecto geral, incluindo no modo como se veste. Mas cuide-se: que o vestuário não seja tão espampanante… que desvie as atenções da plateia!

Cuide… o estômago… e a mente
Evite abusar das bebidas alcoólicas e dos excessos de comida. Não tome tranquilizantes nem estimulantes.

Chegue… antes
Seja pontual – e, se possível, chegue com alguma antecedência (para relaxar… e prevenir alguns atrasos!)

Descontraia-se
Desenvolva uma rotina pessoal que lhe permita descontrair-se. Faça exercícios de relaxe (e.g., respire fundo algumas vezes).

Teste os equipamentos
Teste se os equipamentos de que necessitará estão a funcionar correctamente. Evitará dissabores e poderá sanar atempadamente algumas dificuldades.

Não confie demasiado nas máquinas
Se tencionar fazer uma apresentação com computador, leve consigo cópias em transparências – assim se precavendo contra a eventualidade de falhas no equipamento informático.

Não comece… desculpando-se
Não comece a intervenção pedindo desculpas… por ser incompetente na matéria. Se o é, teria sido preferível recusar a apresentação. Ou, então, deveria ter-se preparado!!!

Mostre confiança e entusiasmo
Mostre-se autoconfiante. Seja firme na exposição, não vacile. Seja entusiástico. Estes sentimentos contagiarão a plateia.

Seja eficaz na expressão verbal/vocal
Procure cultivar uma voz grave. Adopte um ritmo nem demasiado lento nem excessivamente rápido. Não seja monocórdico.

Saiba usar meios audiovisuais
Seja cuidadoso com os meios audiovisuais. Eles devem destinar-se a beneficiar a audiência – e não a servir como muleta para si próprio. Desenvolva as suas competências no uso dos equipamentos de apoio.

Faça-se compreender
Use linguagem clara e simples. Evite jargão imperceptível e termos esotéricos.

Sorria
Sorria – mas genuinamente. Não perca o seu sorriso deixando-se tomar pela ansiedade.

Fite as pessoas olhos-nos-olhos
Mantenha o contacto visual com a audiência – incluindo as pessoas que se encontram mais distantes de si.

Seja humorado (se souber sê-lo)
É muito recompensador recorrer ao humor. Mas, se não s sente à-vontade, não o faça.

Seja prudente nos gracejos
Evite gracejos racistas, sexistas e “anedotas de cabaret”. Se fizer humor, seja elegante.

Seja breve quanto baste
Diga o que tem a dizer – nada mais, nada menos. Esclarecimentos e aprofundamentos poderão surgir na fase do debate.

Interaja/dialogue
Procure interagir com a audiência. Acolha as perguntas e os comentários, inserindo-os na sua exposição.

Atente nos sinais de “alarme”
Esteja atento a sinais de que a plateia está desatenta, desagradada, inquieta ou desconfortável (e.g., as pessoas desviam o olhar de si, indagam-no hostilmente, tossem, bocejam, dormitam, arrastam os pés, mexem nos papéis, abandonam a sala).

Mostre tranquilidade
Denote tranquilidade se alguma pessoa o interpelar de modo mais agressivo. Se responder “na mesma moeda”, pode gerar uma escalada de conflito profundamente indesejável.

Agradeça
Agradeça a atenção que lhe prestaram. Mostre satisfação pela presença das pessoas e pelo respectivo contributo para a exposição.

sábado, junho 13, 2009

Palestra - Língua cabo-verdiana e ALUPEC




A não perder. Todos os universitários e interessados do meio académico e cultural estão convidados.


Organização
Comissão da Turma do 1º Ano de Ciêcias da Comunicação
da Universidade Lusófona de Cabo Verde

Palestrante
Mestre Jair Sancha
(Linguista e Docente da ULCV)

Local
Auditório da Universidade Lusófona

Data e Hora
16 de Junho, Terça-feira, 20h15




Design do Cartaz
Ciências da Comunicação - 1.º Ano

Discentes do Curso de Ciências da Comunicação da ULCV promovem palestras




Os discentes do Curso de Ciências da Comunicação da Universidade Lusófona de Cabo Verde Baltasar Lopes, antecipando temas que suscitam preocupações, dúvidas ou que sejam de seu interesse profissional, levam a cabo uma série de palestras e debates.

É assim que chegam, por mãos da comissão dos discentes do primeiro ano do referido curso, as duas primeiras palestras dessa série – a primeira realizada ontem, 12 de Junho, sob o tema “Blogosfera versus Jornalismo” e uma nova a ser realizada no próximo dia 16 de Junho sob o tema “Língua Cabo-verdiana e ALUPEC”, sendo esta última proferida pelo Docente da ULCV, Mestre Jair Sancha.

A palestra “Blogosfera versus Jornalismo” foi ministrada pelo Dr. João Branco, Licenciado em Gestão de Património e Projectos Culturais, actualmente presidente da Associação Artística e Cultural Mindelact, Blogger e dono do mais consultado blog cabo-verdiano “Café Margoso” e pela Dra. Matilde Dias, Licenciada em Comunicação Social/Jornalismo, autora do já interrompido blog “Lantuna” actualmente jornalista da TCV.





O mundo de hoje, em que se fala sobretudo em era digital, a informação tornou-se em algo mais globalizado e globalizante. A notícia continua a ser sempre notícia, mas o seu tratamento deixou de ser o que era. Os blogs vieram para ficar e não estão presos a regras pré-estabelecidas (embora sejam obrigados a ter em conta certas regras ditadas pelo google blogger, pela wordpress e outras plataformas online), nem a códigos deontológicos. O facto é que a era do jornalismo se preocupar com as blogosferas está ultrapassada e são vários os jornalistas que possuem seus próprios blogs pessoais.

Numa apresentação descontraída e enriquecida com vários exemplos práticos, comparações, dúvidas e vários anseios foram expostos pelos alunos e prontamente debatidos com os palestrantes que fizeram questão de trazer à tona situações que se possam classificar ambíguas ou de futura preocupação para os futuros profissionais da área.





Perderam aqueles que não compareceram a tão interessante e pertinente palestra. Do Curso de Ciências da Comunicação só estiveram os discentes do 1.º ano um discente do 2.º ano, alguns alunos doutros cursos, uma docente do 2.º ano e uma das coordenadoras da ULCV. Contudo, longe do protagonismo, a organização conseguiu atingir o seu principal objectivo que é o de fazer com que os discentes de Comunicação participem de temas actuais e de interesse público, cumprindo uma óbvia obrigação de divulgar a actividade universitária e exercendo a sua cidadania, independentemente de terem ou não apoio psicológico, técnico e/ou financeiro.


Texto e Fotos
Comunicare - ULCV

quarta-feira, junho 10, 2009

Palestra



Organização:
Comissão da Turma de Ciências da Comunicação da ULCV - 1.º Ano

Local:
Auditório da Universidade Lusófona de Cabo Verde - Mindelo

Data e Hora:
12 de Junho às 21h00

Momento de Inspiração




Desesprezo
Minha alma indolente,
Renasceu dos infinitos céus
Com represálias sobreviveu
Bem vivida como a terra que eu piso
Como os sovacos com que me pareço

Alma minha perdida
Que mais parece um caixão cheio de flores
Que engana qualquer que se ouse aproximar
Veneno de morte aos que dela se embebedaram
Pobretões ignorantes
Que nem se identificam como gente
Por deles só saberem cortejar na mágoa dos que falharam por eles
Na mágoa de eu ser gente.

Aonde vais, meu eu
Que não te deixo sair por aquela porta
Por medo de não mais virares para mim
Com a luz que te cega e te nega o direito de seres eu
Por de mim nada esperares senão inimizades
E por eu não te deixar sair por aquela alma.

Sibelle Ferreira

Frases Sobre Vida IV




Charles Chaplin
Actor e Realizador,
Criador da personagem Charlot


"A vida é uma tragédia quando vista de perto,
mas uma comédia quando vista de longe."

Livros - Semiótica

TÍTULO: O Que É Semiótica

AUTOR: Lúcia Santaella

EDITORA: Editora Brasiliense

COLECÇÃO: Primeiros Passos

SINOPSE: Semi-ótica — ótica pela metade? ou Simiótica — estudo dos símios? Essas são, via de regra, as primeiras traduções, a nível de brincadeira, que sempre surgem na abordagem da Semiótica. Aí, a gente tenta ser sério e diz: — "O nome Semiótica vem da raiz grega semeion, que quer dizer signo. Semiótica é a ciência dos signos.". Contudo, pensando esclarecer, confundimos mais as coisas, pois nosso interlocutor, com olhar de surpresa, compreende que se está querendo apenas dar um novo nome para a Astrologia. Confusão instalada, tentamos desenredar, dizendo: — "Não são os signos do zodíaco, mas signo, linguagem. A Semiótica é a ciência geral de todas as linguagens". Mas, assim, ao invés de melhorar, as coisas só pioram, pois que, então, o interlocutor, desta vez com olhar de cumplicidade — segredo desvendado —, replica: — "Ah! Agora compreendi. Não se estuda só o português, mas todas as línguas".

Nesse momento, nós nos damos conta desse primordial, enorme equívoco que, de saída, já ronda a Semiótica: a confusão entre língua e linguagem. E para deslindá-la, sabemos que temos de começar as coisas de seus começos, agarrá-las pela raiz, caso contrário, tornamo-nos presas de uma rede em cuja tessitura não nos enredamos e, por não nos termos enredado, não saberemos lê-la, traduzi-la.

Aqui encontro a função deste pequeno volume sobre Semiótica: juntos perseguirmos as questões desde seus começos, para que, por fim, cheguemos a um patamar que torne possível ao meu leitor prosseguir, caso queira, livre no seu próprio caminho de investigação e de descoberta.

DISPONIBILIDADE: Fazer Download




TÍTULO: Manual de Semiótica

AUTOR: António Fidalgo - Anabela Gradim

EDITORA: UBI – PORTUGAL

COLECÇÃO:

SINOPSE: Em português dá-se o nome de sinal a coisas assaz diferentes. Temos os sinais da pele, os sinais de trânsito, o sinal da cruz, o sinal de pagamento. Uma pergunta que se pode fazer é o que têm de comum para poderem ter o mesmo nome. Com efeito, o mesmo nome dado a coisas diferentes normalmente significa que essas coisas têm algo em comum. Se chamamos pessoa tanto a um bebé do sexo feminino como a um homem velho é porque consideramos que têm algo de comum, nomeadamente o ser pessoa.

Que as coisas atrás chamadas sinais são diferentes umas das outras não sofre contestação. Os sinais da pele são naturais, os sinais de trânsito são artefactos, o sinal da cruz não é uma coisa que exista por si, é um gesto que só existe quando se faz, e o sinal de pagamento é algo, que pode ser muita coisa, normalmente dinheiro, que se entrega a alguém como garantia de que se lhe há-de pagar o resto. Que há então de comum a estas coisas para terem o mesmo nome? A resposta deve ser buscada na análise de cada uma delas.

DISPONIBILIDADE: Fazer Download

segunda-feira, junho 08, 2009

Declaração




A saga do crioulismo está a catapultar pseudo-intelectuais para um abismo coberto com um pano de seda chamado cultura.

Continuo a defender a minha posição: sou a favor da oficialização de língua cabo-verdiana, mas não da forma que se está a processar. Quero uma língua que seja de todos os cabo-verdianos e, para isso, é necessário que justiça seja feita, pondo de lado essas preferências por S. Vicente e essa luta desenfreada para oficializar o "crioulo de Santiago". O que é feito dos nossos patrícios do Fogo, do Maio, de Santo Antão, de São Nicolau, enfim de todos os cabo-verdianos?

Estamos nos tornando num bando de ignorantes em ascenção num mundo globalizado, em que a variedade linguística é imperetrível e a necessidade de uma língua para comunicação global é imprescindível.

Oficialização do crioulo - necessário.

Ter maior cuidado com o ensino do Português - urgentíssimo!!

Tenho dito!


Neu Lopes
Discente do Curso de Ciências da Comunicação
ULCV Baltasar Lopes
S. Vicente


Ilustração: Hiena

domingo, junho 07, 2009

Frase Sobre Vida III



Oscar Wilde
Poeta e Dramaturgo Inglês


"Viver é a coisa mais rara do mundo.
A maioria das pessoas apenas existe."
 

sábado, junho 06, 2009

Convivência estudantil




















quarta-feira, junho 03, 2009

Arménio Vieira galardoado com Prémio Camões



Escritor e Jornalista, Arménio Vieira foi o comtemplado com o Prémio Camões 2009. O autor de "Mitografias" e "No Inferno", que já foi redactor do jornal "Voz Di Povo", confessa que queria receber o prémio Camões, mas não tão cedo, pelo que não esconde sua surpresa.


Neu Lopes
Comunicare

segunda-feira, junho 01, 2009

Livros - Trabalhos Académicos


TÍTULO: Uma Análise Semiótica do Espaço Vitrina
AUTOR: Áurea Fabiana Bastos Vieira
EDITORA:
COLECÇÃO: Trabalho Académico
SINOPSE: O comércio se utiliza da informação de um discurso manipulatório para atrair os olhares do observador, e as vitrinas se moldam como um componente a mais nesse contexto. O espaço vitrina utiliza de simulacros projetando o observador em um mundo de sonhos e fantasias. As vitrinas contam estórias para apresentar um produto em sua encantadora forma, é um cenário elaborador de significados que dialoga com o espectador, uma mistura de arte com comércio, já que a vitrina é essencialmente um espaço comercial que se utiliza da estética para construir uma encenação.
A vitrina passa informações sobre o produto, ela é considerada como uma mídia, em que se vive um constante diálogo entre o produto e o observador. Esse cenário montado na vitrina deve manter a unidade da imagem da loja, valorizando o produto vinculado à marca, de acordo o público definido. A construção desse simulacro no espaço da vitrina depende de valores sócio-culturais do consumidor, pois, não consumíamos objetos por eles mesmos, mas na realidade pela simbologia que eles passam para nós. O que ocorre são simulações criadas para resultar o consumo.
A vitrina tem o papel fundamental de seduzir o olhar do passante, e essa sedução por muitas vezes traz diversas sensações, capaz de senti-lo com outros sentidos. Diante desse contexto o artigo mostra algumas estratégias produzida pelo enunciador (vitrinista) que impõem à percepção do enunciatário (observador) numa performance do olhar.

DISPONIBILIDADE: Download


TÍTULO: Semiótica e Simbologia no esporte
AUTOR: Flailda Brito Garboggini
EDITORA:
COLECÇÃO: Trabalho Académico
SINOPSE: Comunicamo-nos através do modo em que nos vestimos (com elegância ou “à toa”; de preto ou de rosa...), quando cantamos, quando falamos ou escrevemos.
Os anúncios publicitários são comunicações, assim como os livros, os jornais, os grafites nas paredes, os filmes, os programas de televisão, os logotipos são sinais/desenhos/formas que concentram informações da marca, significados codificados a partir de semelhanças ou referências positivas.
Transmitem mensagens mais completas para estabelecer, fixar ou alterar imagens de marcas, anunciar produtos com suas características, diferenciais, benefícios.
Existem campanhas de propaganda institucionais, que procuram criar imagem de empresas, como as da NIKE, Pepsi Cola, campanhas publicitárias comerciais, que são mais vendedoras de produtos específicos como a de Coca Cola Zero, das Havaianas etc.
DISPONIBILIDADE: Brevemente

Analisar um Discurso

Então já tens o teu discurso e não sabes o que fazer com ele? Eu estou colocando essas dicas aqui no blog para ajudar. Atenta que essa é minha forma de proceder, não é a mais certa nem a mais errada. Há outras formas de proceder para se chegar ao mesmo resultado. Procura a tua!

1. Para analisar é necessário definir o que é analisar, certo? Então vamos lá ao dicionário. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora:
Analisar, v. tr. fazer a análise de; examinar com atenção; criticar. (De análise)
Análise, s. f. acção ou resultado da acção de analisar; exame de uma coisa, parte por parte; crítica de uma obra; decomposição de um todo nos seus elementos (...)

2. Agora que sabemos a definição o próximo passo é ler o texto com atenção usando as técnicas de leitura apreendidas nas disciplinas de Técnicas de Expressão Escrita e Metodologia de Análise de Texto e do Discurso.

3. Antes de começar a criticar o discurso, deve-se localizá-lo no tempo. Dependendo da época em que foi escrita, a linguagem e/ou a intenção pode variar.

4. Ao analisar um discurso, deve-se, tanto quanto possível, fazer-se uso da intertextualidade, ou seja, usar outros textos como suporte para criticar o discurso ou para sustentar a tua opinião.

5. Atenção ao texto que irás escolher como discurso. De novo precisamos saber a definição. Voltando ao nosso Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora:
Discurso, s. m. acto ou efeito de discursar; exposição de ideias em público ou escritas como se tivessem de ser ditas em público; oração; fala oratória; dissertação (...)

De notar a chamada de atenção para oração, porque o discurso não tem que ser um texto enorme. Escolher um texto com que te identifiques irá te trazer melhores resultados, pois terás que emitir a tua opinião.

6. Discursar é comunicar e comunicar é, regra geral, a tentativa de convencer alguém a praticar uma acção. Procure identificar o propósito ou objectivo do autor.

7. Quando fazemos afirmações, descrições, relatos, etc., pretendemos que as nossas palavras representem a realidade, o mundo. Ou seja, pretendemos que as nossas palavras se ajustem ao mundo como ele é. Procuramos um ajusto das palavras ao mundo. A direcção de ajuste destes actos é portanto das-palavras-ao-mundo [...]*. Procure exemplos no discurso.

8. Quem promete algo, exprime a intenção de fazer algo. Quem ordena ou pede algo, exprime a vontade de que esse algo se faça. Quem afirma algo, exprime a crença de que esse algo é verdadeiro. Intenção, vontade, crença são algumas das atitudes ou estados psicológicos sem os quais o acto [...] não seria sincero*. Opina sobre a sinceridade ou não do discurso.

9. A teoria das implicitações [...] assenta numa distinção fundamental: a distinção entre dizer e implicitar, entre o dito e o implicitado (ou entre o dito e a implicatura)*. Procure no texto casos em que o autor diz algo implicando outra coisa diferente.

10. As pressuposições, quando [o autor] através do que diz, pode dar a entender algo mais ou algo diferente daquilo que diz, embora não tenha dito, é atribuível ao [autor], algo que ele é responsável; poderíamos chamara-lhe a distinção entre aquilo que [o autor] diz e aquilo que lhe é atribuível (por ter dito o que disse)*.

*Lima, José Pinto de, Pragmática Liguística, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Editorial Caminho, 2006

Espero que essas dicas sirvam para que possam produzir boans análises de discursos e gostaria de vê-los publicados aqui no nosso blog.

OBS.: Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora:
Hegemonia, s. f. supremacia de uma cidade, povo ou nação sobre outras cidades, povo ou nação; fig. supremacia (Gr. hegemónico)

daivarela