Os bons terão sempre lugar no jornalismo

Antigo director da Televisão de Cabo Verde, Daniel Medina é Professor Doutor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), no curso de Ciências da Comunicação. Jornalista, cronista de rádio e jornal, comentador da televisão, Medina é um comunicador nato. Nha Terra Online foi conhecer o autor de Pela Geografia do Prazer que se prepara para lançar novo livro no mercado e saber a sua opinião sobre o jornalismo caboverdiano, a sua vida de docente, entre outras questões.

Banalização da Profissão de Jornalismo em Cabo Verde

Em vários artigos nossos publicados em Cabo Verde temos vindo a alertar o Governo e aos cidadãos, pela degradação galopante do nosso “jornalismo”. Colocamos aqui a palavra jornalismo entre aspas, porque em nosso entender não existe o jornalismo cabo-verdiano.

Diversidade de Cursos na Comunicação

Uma das causas apontadas para menos vestibulandos interessados em Jornalismo é o número de opções relacionadas à comunicação. Muitos com vocação para cinema e fotografia, por exemplo, acabavam no curso por falta de opção. Existem alguns cursos de graduação e de tecnologia que podem estar por trás do fenômeno.

Como fazer um Resumo

O resumo é uma forma de reunir e apresentar por escrito, de maneira concisa, coerente e frequentemente selectiva, as informações básicas de um texto pré-existente. É a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância.

Bibliotecas Virtuais

grande referência na área de bibliotecas virtuais, com os sites mais importantes para informação e comunicação sobre ciência e tecnologia

quarta-feira, março 31, 2010

Técnicas de Pesquisa e Análise de Informação - Programa








Apresentação da Disciplina


1. Técnicas de Pesquisa e Análise de Informações

2. Pesquisa Bibliográfica, Digital, Entrevista

3. Estatística, princípios e conceitos

4. Software voltado à Estatística e Análise da Dados: Excel, Access, SPSS e Word



Programa da Disciplina

- O Processo de Análise e Pesquisa Cerebral
- Técnicas de Pesquisa Bibliográfica e Digital
- Estatística Descritiva e Aritmética Fundamental
- Excel
- Access
- SPSS
- Relatórios em Word


Organização das Sessões

- Divisão da Turma em 2 grupos de 13 e 14 alunos
- Aulas Teóricas, participação da turma inteira, sala de aulas
- Aulas Práticas, 1º grupo – 1ªhora e 2º grupo – 2ª hora
- Permitido o uso de portáteis pessoais


Sessões

Total = 15 sessões de 2h cada

Teóricas: 9, 22, 29 Março
5,12, 19 (Teste) e 26 Abril
17 Maio
7 e 21 Junho

Práticas: 6
3,10, 24 e 21 Maio
14 e 28 Junho


Método de Avaliação

- Teste Escrito (Estatística) – 50% da nota: dia19 Abril
- Trabalhos nas Aulas Práticas: 50% da nota final

Cada trabalho – 5 a 10% nota de acordo com o exercício (1 ou 2 valores) são gravados ao fim de cada sessão numa pasta do aluno ou enviados por mail para lenildaduarte@sapo.cv



Bibliografia

COX, Joyce; DUDLEY, Nathan; AUNE, Liz -
Manual Prático de Microsoft Access, Lisboa: Texto Editora, 1999

FRADA, João José Cúcio – Guia Prático para Elaboração e Apresentação de Trabalhos Científicos, Lisboa, Edições Cosmos, 1995

PEREIRA, Alexandre - SPSS Guia Prático de Utilização, 7ªEd., Lisboa: Edições Sílabo, 2008

ROSENTAL, Claude; FRÉMONYIER-MURPHY, Camille – Introdução aos Métodos Quantitativos em Ciências Sociais e Humanas, Lisboa: Piaget, 2002

SOUSA, Sérgio; SOUSA, Maria José – Microsoft Office XP, Lisboa: FCA, 1999




Mais Informações

http://sites.google.com/site/tpailduarte/

lenildaduarte@gmail.com


lenildaduarte@sapo.cv

Programa da Disciplina "Teoria da Imagem e Representação"



Programa da Teoria da Imagem e Representação


Objectivos

a) Estudar o conceito da noção de imagem nas suas diversas perspectivas;
b) Relacionar as transformações teóricas, práticas e tecnológicas no campo da imagem;
c) Identificar problemáticas contemporâneas relacionadas com a imagem;
d) Fomentar capacidades críticas na análise da sociedade contemporânea.


Conteúdo

1. Imagem, Ideia e Objecto

- Imagem e metafísica
- Mudanças no regime de visibilidade
- Representação, Política e Imagem
- Simulacro e Espectáculo

2. Imagem e linguagem

- Sociedade de controlo e poder da imagem
- Estudos Culturais e imagem

3. Globalização, Imagem e Identidade

Referências Bibliográficas

BARTHES, Roland. A Câmara Clara. Lisboa: Ed. 70.

BAUDRILLARD, Jean. Simulacres et simulation. Paris: Galilée, 1981.

BENJAMIN, Walter. "A obra de arte na era da sua reprodutibilidade técnica", in Sobre arte, técnica, linguagem e política. Lisboa: Relógio d’Água, 1992.

CRARY, Jonathan. Techniques of the observer. On vision and modernity in the Nineteenth Century. Cambridge, Mass., MIT Press: 1990.

MORAES. Dênis de (org.). Sociedade Midiatizada. Rio de Janeiro: Mauad X, 2006.

PLATÃO. Alegoria da Caverna (Livro VII de A República). Lisboa: Esquilo, 2002.


Método de ensino

- Exposição oral para exploração teórica
- Análise de textos
- Seminários em aula


Método de avaliação

- Prova presencial escrita (50% da nota final)
- Trabalho baseado na análise crítica de um tema das aulas (40% da nota Final)
- Assiduidade e participação dos alunos (10%)


Professor: João Almeida Medina

sexta-feira, março 26, 2010

Programa Mobilidade Lusófona 2010/20011




Para visualizar melhor o cartaz, clique sobre a imagem

Aprender a Experimentar na ULCV




A Administração da Universidade Lusófona de Cabo Verde – Baltasar Lopes da Silva, tem a honra de convidar a Comunidade Académica a participar na I Semana Aberta da ULCV.

A Universidade Lusófona de Cabo Verde – Baltasar Lopes da Silva integra o maior Grupo privado de ensino universitário e tecnológico a operar na comunidade de países lusófonos, assumindo claramente um projecto de irradiação de saber e de partilha do conhecimento em prol da lusofonia. Fruto desse esforço, hoje, mais de 45.000 alunos frequentam actualmente as cerca de 30 instituições de ensino que extravasam as fronteiras de Portugal e vem inspirando iniciativas de ensino multidisciplinares e multiculturais no Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

A Universidade Lusófona de Cabo Verde – Baltazar Lopes da Silva, vai realizar, de 19 a 23 de Abril, a I Semana Aberta da ULCV. A iniciativa consiste numa mostra da oferta formativa, com informações sobre o acesso ao Ensino Superior 2010/2011, assim como das actividades de Investigação e Apoio à Comunidade. Durante os cinco dias, os visitantes terão acesso a vários colóquios, dedicados a temas de natureza científica, cultural e cívica. Mas as actividades da I Semana Aberta da ULCV não vão ficar por aqui! Os visitantes terão ainda à sua disposição variadíssimo material informativo e promocional do Grupo Lusófona.

Embora dedicada a toda a comunidade, a Semana Aberta da ULCV destina-se sobretudo aos estudantes do 10º, 11º, 12º ano de escolaridade e dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET).

quinta-feira, março 18, 2010

História dos Media em Cabo Verde



A história da Imprensa em Cabo Verde começou em 1842, com a publicação do primeiro Boletim Oficial do Governo Geral de Cabo Verde. O seu primeiro número saiu na ilha da Boa Vista, onde funcionava a sede do Governo. O Boletim, além dos assuntos oficiais, continha a chamada “parte não oficial”, que funcionava como um autêntico jornal - incluía noticiários resumidos de diversas publicações nacionais e estrangeiras, e produções literárias de autores cabo-verdianos ou residentes em Cabo Verde.


A história diz-nos que, 30 anos depois do suposto início, surgiu o primeiro jornal não oficial – O Independente – na cidade da Praia (ilha de São Tiago). Este jornal marca a entrada na 1ª fase da actividade jornalística em Cabo Verde, que se estende até 1890, data em que foi promulgado um Decreto que estabeleceu restrições à imprensa periódica. Os jornais publicados na 1ª fase foram: O Independente, Correio de Cabo Verde, Echo de Cabo Verde, A Imprensa, A Justiça, O Protesto, O Povo Praiense, O Praiense e Praia (quase todos de carácter político e noticioso).


Durante a 2ª fase, iniciada em 1889, foram publicados 4 jornais na cidade do Mindelo (ilha de S. Vicente): Revista de Cabo Verde (acolhida com muita simpatia pelos leitores), Liberdade (que não chegou a gozar de grande simpatia), A Opinião (jornal recebido com grande entusiasmo) e O Espectro (que pretendeu ser a sombra das vítimas da fome de 1903). Ainda nesta 2ª fase, foi publicado na Praia um número único, especial, do Jornal Cabo Verde, destinado a assinalar a passagem do príncipe real D. Luiz Filipe por Cabo Verde, em 1907.


A 3ª fase tem início com a Proclamação da República em Portugal, em 1910, e termina com a abolição da ditadura do Estado Novo, no dia 25 de Abril de 1974. Foi um período conturbado, mas fecundo, durante o qual foram publicados cerca de vinte jornais, assim como folhas manuscritas, da iniciativa de jovens estudantes do Seminário-Liceu de São Nicolau e do Colégio Municipal de São Vicente.

Na ilha de São Nicolau, os alunos internos do Seminário publicaram O Recreio, um jornal conservador. Já os alunos externos publicaram a Fénix Renascida, de cariz político, entre 1811 e 1913. Na Ilha de São Vicente, os finalistas do Colégio Municipal publicaram O Mindelense. A euforia provocada pela mudança de regime político era tal que, no ano de 1913, circulavam simultaneamente A Voz de Cabo Verde (jornal anticlerical e defensor da liberdade de imprensa), O Independente, O Futuro de Cabo Verde, O Progresso, A Tribuna e O Mindelense.

Outros jornais que se distinguiram nesta época foram: O Popular e Cabo Verde, (publicados no Mindelo nos anos de 1914 e 1920, respectivamente); O Caboverdiano, A Acção, A Seiva, e A Verdade (publicados na Praia, de 1918 a 1922); A Despesa, (publicado em 1913), O Manduco (publicado no Fogo a partir de 1923), O Notícias de Cabo Verde (fundado em 1931), O Eco de Cabo Verde e O Ressurgimento.


Em 1936, os consagrados escritores Baltazar Lopes da Silva e Jorge Barbosa iniciaram a publicação da revista neo-realista Claridade, que marcou o movimento neo-realista em todo o território português (à excepção do Brasil). No entanto, só a partir de 1950 é que a imprensa cabo-verdiana começou a ganhar expressão, sempre ligada à literatura. De 1940 a 1961, surgiram várias publicações em Cabo Verde, no seguimento dos movimentos liberais africanos. Muitos jornais foram extintos devido, principalmente, a problemas financeiros.


A 4ª fase corresponde ao período que se segue à queda da ditadura portuguesa e a subsequente independência de Cabo Verde, conquistada a 5 de Julho de 1975. Com a Independência, surge o jornal público Voz di Povo (extinto na década de 90, para ser substituído pelo Novo Jornal de Cabo Verde e, mais tarde, pelo actual Horizonte) e o Terra Nova, ligado à Igreja Católica. Nesta fase, distinguiram-se também as revistas Raízes e Ponto & Vírgula. Mais tarde, apareceram outros jornais privados que ainda hoje se podem encontrar nas bancas, como por exemplo A Semana e Expresso da Ilhas. O Estado assegura o jornal Horizonte e a agência de notícias Inforpress.


A televisão pública surgiu em 1984. No início, funcionou como TVEC (Televisão Experimental de Cabo Verde), depois passou a chamar-se TNCV (Televisão Nacional de Cabo Verde). Mais tarde, com a fusão com a rádio, passou a haver uma única empresa de radio-televisão: a RTC (Rádio e Televisão de Cabo Verde). Actualmente continuam a funcionar como uma única empresa, mas distinguem-se como TCV (Televisão de Cabo Verde) e RCV (Rádio de Cabo Verde). Na área da televisão, o cenário foi alterado em 1997, com o aparecimento da RTP-África, que veio juntar-se à CFI (actualmente, TV5Afrique). Assim, os cabo-verdianos, que só tinham acesso a 8 horas de emissão por dia, passaram a dispor de 24 horas diárias de Televisão em Língua Portuguesa. Já em 2006, o Governo disponibilizou um serviço de TV Cabo, que permite ter acesso a televisão, telefone e Internet.


A rádio nacional teve uma evolução semelhante à da televisão. No início chamou-se RNCV (Rádio Nacional de Cabo Verde). Com a fusão, passou a RTC, distinguindo-se actualmente como RCV. Actualmente, há 8 emissoras de rádio: a RCV (estatal), uma Rádio Comercial (projecto privado), a Rádio Comunitária Voz de Ponta d’Água (ligada a uma organização não-governamental: a Citi-Habitat), a Praia-FM (feita, basicamente, em crioulo), a Crioula-FM (ligada à Igreja Universal do Reino de Deus), a Rádio Nova (ligada à Igreja Católica), Mosteiros-FM (projecto privado) e a Rádio Educativa (dedica-se ao ensino à distância, e é propriedade do Ministério da Educação).


O panorama dos media em Cabo Verde conheceu uma nova dinâmica com o aparecimento de rádios privadas. A maior diversidade de estações radiofónicas, a interactividade, a dinâmica e o espírito jovem são factores que caracterizam essas rádios, que já conquistaram a maior parte da audiência. Ao mesmo tempo, a informação jornalística passou a ser maior e mais acessível, com as versões on-line de jornais impressos. Neste ambiente da Internet, e no sentido de informação a um nível mais abrangente (institucional), Cabo Verde é um dos países dos PALOP que mais evoluiu. Atualmente, a maior parte das instituições públicas e privadas dispõe de uma página on-line.

Meu voto de coragem




Chegámos há muito tempo a um nível em que tudo vai depender de nós, embora alguma dúvida (que não deveria existir) paira no ar. Há muita capacidade escondida e por muitas razões muitos de nós não nos sentimos capazes de as exteriorizar.


Estamos a fazer a licenciatura num dos mais interessantes cursos que se tem memória. Um curso que carrega uma grande responsabilidade no seio de qualquer universidade, pelo que não nos devemos cingir apenas ao que aprendemos na sala de aulas. Aliás, na sala de aulas da universidade, o que temos são lições de vida, troca de experiências e orientações para investigarmos sobre os diferentes temas que nos são propostos ou que são inerentes ao programa de cada disciplina. Este é o verdadeiro sentido de estarmos a estudar ao nível em que nos encontramos.

O professor não tem obrigação nenhuma de dar apontamentos detalhados sobre as matérias. Outrossim, terá que fornecer o mais cedo possível o programa da disciplina que lecciona, a bibliografia e todo o material de apoio possível para que o estudante não fique “viajando na mayonaise”. Além disso, é viável que o professor marque sempre com os seus alunos sessões de esclarecimento e acompanhe a evolução dos trabalhos académicos.

A nós, mais do que estudar, temos o dever de promover actividades académicas que constituirão, sem dúvida alguma, uma mais valia na nossa formação como futuros profissionais. Afinal, o saber não ocupa lugar. Assim, não será demais promovermos ou propormos à direcção e à reitoria da ULCV workshops e palestras sobre os mais variados temas. Não fiquemos pensando que é a universidade que ganha sempre. Quem mais ganha com isso somos nós. A nossa formação não se faz em apenas quatro anos e nem dentro da sala de aula. O mundo da comunicação é ilimitado e, para fazermos parte dele, não precisamos de convite.

Avanço, no entanto, algumas dicas que penso serem vitais para evoluirmos mais na nossa formação:

- ter faro e senso de oportunidade;
- ler muito;
- escrever muito (parafraseando Arménio Vieira, só escreve quem lê);
- aprender línguas;
- falar sem qualquer receio;
- consultar vários sítios temáticos na internet;
- ir ao teatro, ouvir boa música e ver bons filmes;
- diversificar o conhecimento sobre o cinema do mundo (não ficar colado apenas à produção hollywoodiana);
- ver televisão e ouvir rádio com sentido crítico;
- ir a todo o tipo de palestra possível;
- estudar de forma séria e profunda as técnicas de apresentação e de falar em público, tendo em conta elementos como a postura, a expressão corporal, a voz ou a dicção;
- conversar com todo o tipo de pessoas com idades, raças, credos, profissões ou cores politicas diversificadas;
- aprender mais sobre geografia, cultura, arte e tecnologia;
- ser humilde;
- ser honesto (sobretudo consigo mesmo);
- respeitar o próximo;
- respeitar a opinião dos outros, por mais estranhas que sejam;
- não perder o sorriso e nem a calma;
- saber criticar e aceitar criticas;
- aprender mais sobre etiqueta;
- fazer amigos todos os dias;
- ampliar sua lista de contactos (principalmente os influentes);
- ter em conta que os seus direitos acabam onde começa os dos outros.

Enfim, uma série de coisas que traduzem a máxima de que enquanto se respira aprende-se.

Caros colegas, esse é o meu primeiro contributo para que nos encorajemos e sintamos cada vez mais que estamos numa universidade, que somos o futuro do país, e que o nosso futuro depende unicamente de nós. Por mais voltas que demos, por mais que necessitemos de bons professores, necessitaremos ainda mais de nós próprios.

neulopes

segunda-feira, março 08, 2010

Manual de Reportagem

quinta-feira, março 04, 2010

13

While you point your finger someone is judging you (Bob Marley)

A interacção entre os actores que compõe uma sala de aula (Professor/Aluno) é um momento de troca de experiência, momento esse tornado possível pela presença desses elementos. Quando, por exemplo, o Professor é uma presença ausente (figura de estilo), é-lhe difícil essa troca de experiência que irá possibilitar a avaliação do Aluno.

Esta presença reflecte, dá referências; ao Professor dá-se a oportunidade de transmitir valores e saberes, ao Aluno a possibilidade de provar, a si próprio primeiro, e depois aos Outros a apreensão desses valores e saberes. O facto de ter sido negado ao Aluno, de forma contínua, a possibilidade de provar aos Outros essa apreensão, não significa, a priori, que ele não os tenha adquirido.

É necessário ao Professor avaliar o Aluno; mas como avaliar sem terem tido uma comunicação que só a socialização é capaz de garantir? Como quantificar esta avaliação quando não se reproduz nem se recria conhecimento para que o Aluno possa provar, a si próprio e depois aos Outros, a apreensão de valores e saberes? Nestas circunstâncias, a tarefa de avaliar pode tender a dois pólos diametralmente opostos: complexa ou simplista. Um Professor competente e dedicado terá certamente uma tarefa árdua; um preguiçoso terá um trabalho fácil.

Sejamos preguiçosos em tudo, excepto em amar e em beber, excepto em sermos preguiçosos. (Paul Lafarque. O Direito à Preguiça)

A socialização da sala de aula também pode gerar aspectos negativos. A interacção entre os actores pode originar desequilíbrios e/ou constrangimentos que, dependendo do indivíduo, podem ficar interiorizados durante o processo de socialização, podendo ser transpostos de trimestres ou disciplinas anteriores, fazendo com que a avaliação do Professor reflicta mais as suas intenções pessoais ou mesmo frustrações próprias do que exactamente a capacidade do Aluno em relação ao valores e saberes.

A noção do Professor com “a faca e o queijo na mão” é primitiva e, no nível universitário, onde as críticas supostamente são mais fundamentadas é necessário uma certa coerência ao cortar-se o “queijo”, pois que a ostentação do título por parte de certos Professores muitas vezes não reflecte em actos e obras o rótulo com que se querem ver colados.

O grau de doutor comprova a realização de uma contribuição inovadora e original para o progresso do conhecimento, um alto nível cultural numa determinada área do conhecimento e a aptidão para realizar trabalho científico independente. (Artigo 37º da Lei de Bases do Sistema Educativo - Lei n.º 103/III/90 de 29 de Dezembro)

Muito mais do que o alarde sobre a sua intitulação, espera-se que, para além de reproduzir saberes, possa gerar novos conhecimentos, os quais poderão ser alvos de discussão com os seus Alunos e assim ter mais e melhores elementos de avaliação.

Ao Aluno poderia dar-se-lhe a possibilidade de avaliar o Professor (metodologia, bibliografia, programa, etc.). Mas neste caso poderíamos incorrer no mesmo erro: falta de elementos de avaliação por sistemática ausência de um dos actores que compõe uma sala de aula. O que não impede que o Aluno, fazendo uso do mesmo peso e mesma medida, transponha a anterior apreciação e faça a sua avaliação:

Pesado foste na balança e foste achado em falta. (Daniel 5:27)

daivarela