segunda-feira, março 02, 2009

Nova ortografia da língua portuguesa ainda desperta polémica




A reforma ortográfica ainda causa polémica entre os países de língua portuguesa. As novas regras entraram em vigor no Brasil no começo do ano, antes que qualquer outro país lusófono. Em Portugal ainda não foi traçado um cronograma para a sua aplicação. Cabo Verde e São Tomé e Príncipe prometem avançar para um período de transição ainda no primeiro semestre deste ano.


A rede BBC revela que em Portugal um manifesto digital “em defesa da língua portuguesa, contra o acordo ortográfico" já reuniu quase 100 mil assinaturas e foi tema de uma audiência com o presidente Cavaco Silva. Os portugueses aguardam para saber quando a reforma deverá ser aplicada no mercado editorial e não há previsão do momento em que ela será aplicada nas salas de aula.

No Brasil, o Ministério da Cultura demonstra preocupação. O governo espera que São Tomé e Príncipe e Cabo Verde publiquem, junto com Portugal, as novas normas em Boletim Oficial para formarem a comissão que vai estruturar o vocabulário ortográfico comum. Os demais membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (Moçambique, Guiné-Bissau, Angola e Timor-Leste) ainda não ratificaram o texto.

Para muitos pesquisadores, o governo brasileiro agiu de forma precipitada. De acordo com o linguista João Malaca Casteleiro, que coordenou o acordo por parte de Portugal, o ideal seria que todos os países tivessem implementado as mudanças ao mesmo tempo, uma vez que a proposta é unificar a língua.

O deputado do parlamento europeu que dirige o movimento contra o acordo ortográfico, Vasco Graça Moura, acredita que o Brasil foi o primeiro a pôr em prática o acordo porque para eles a reforma é mais fácil. "O acordo para o Brasil não implica grandes alterações e também não terá grandes problemas", destaca.

O presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, Rui Beja, também pondera sobre as alterações."Temos que aguardar para ver o que será feito. Na África, os grandes países de língua portuguesa (Angola e Moçambique) não ratificaram o acordo e eles seguem a norma do português europeu".



Rafael Barbosa

Fonte: BBC Brasil

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