Os bons terão sempre lugar no jornalismo

Antigo director da Televisão de Cabo Verde, Daniel Medina é Professor Doutor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), no curso de Ciências da Comunicação. Jornalista, cronista de rádio e jornal, comentador da televisão, Medina é um comunicador nato. Nha Terra Online foi conhecer o autor de Pela Geografia do Prazer que se prepara para lançar novo livro no mercado e saber a sua opinião sobre o jornalismo caboverdiano, a sua vida de docente, entre outras questões.

Banalização da Profissão de Jornalismo em Cabo Verde

Em vários artigos nossos publicados em Cabo Verde temos vindo a alertar o Governo e aos cidadãos, pela degradação galopante do nosso “jornalismo”. Colocamos aqui a palavra jornalismo entre aspas, porque em nosso entender não existe o jornalismo cabo-verdiano.

Diversidade de Cursos na Comunicação

Uma das causas apontadas para menos vestibulandos interessados em Jornalismo é o número de opções relacionadas à comunicação. Muitos com vocação para cinema e fotografia, por exemplo, acabavam no curso por falta de opção. Existem alguns cursos de graduação e de tecnologia que podem estar por trás do fenômeno.

Como fazer um Resumo

O resumo é uma forma de reunir e apresentar por escrito, de maneira concisa, coerente e frequentemente selectiva, as informações básicas de um texto pré-existente. É a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância.

Bibliotecas Virtuais

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quarta-feira, abril 28, 2010

Os bons terão sempre lugar no jornalismo, defende Daniel Medina





Antigo director da Televisão de Cabo Verde, Daniel Medina é Professor Doutor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), no curso de Ciências da Comunicação. Jornalista, cronista de rádio e jornal, comentador da televisão, Medina é um comunicador nato. Nha Terra Online foi conhecer o autor de Pela Geografia do Prazer que se prepara para lançar novo livro no mercado e saber a sua opinião sobre o jornalismo caboverdiano, a sua vida de docente, entre outras questões.

Fotos: Odair Varela

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Como é o seu dia-a-dia como jornalista?

Neste momento não sou jornalista a tempo inteiro, mas sim em part time, mas quando era jornalista oem Portugal, meu dia-a-dia era fulgurante. As seis da manhã já estava a ouvir rádio, particularmente a TSF que passa notícias vinte e quatro horas, por dia. As sete horas tinha que estar com vários jornais a frente enquanto tomava o pequeno-almoço, a ler e a ver quais eram as principais notícias do dia e já tinha passado os olhos pela televisão para saber a temperatura do dia. Depois é que o dia começava mesmo, com reunião da redacção e depois era o que Deus quiser.


O que o jornalismo cabo-verdiano tem de bom e de menos bom?

O jornalismo caboverdiano ainda está a nascer, a ganhar experiência, a ganhar em termos democráticos, estatuto e alguma sapiência. Não penso que tenha algo de mau, tem muito ainda para dar. O que pode ser considerado menos positivo é alguma partidarização de uns colegas, que ao fazerem determinadas intervenções, deixam transparecer claramente a sua linha partidária. Por outro lado, alguma dependência que os órgãos, particularmente os privados, têm em relação ao domínio económico.


Segundo o Artigo 5º do Estatuto do Jornalista, só pode ser jornalista, quem possui um diploma. Essa uma condição sine qua non para se ser um bom jornalista?

Não, porque nas nossas experiências, temos encontrado pessoas que não têm formação na área do jornalismo mas que no entanto tem dado uma contribuição extraordinária.


O anterior presidente da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde [Paulo Lima] é da opinião de que o mercado da Comunicação Social irá saturar com a nova vaga de jornalistas que se estão a formar. Qual a sua percepção?

Tenho duas percepções: a primeira é que para os bons haverá sempre lugar. E como Cabo Verde é um País em desenvolvimento, vamos precisar em várias áreas de comunicação, de pessoas competentes. Ainda o mercado não está saturado, possivelmente daqui a uns quatro ou cinco anos o mercado poderá ficar saturado, mas ainda ele não está.


Há produto suficiente (notícias, demanda por publicidade, necessidade de assessoria de imagem, etc.) que justifique a criação de empresa própria na área de Comunicação?

Há espaço ainda para muitas empresas de comunicação, seja de imagem, design ou publicidade que estão ainda virgem ou quase virgem. Como costumo dizer faltam pessoas audazes e que acreditam na sua capacidade, que comecem do zero a fazer coisas com garra mas querendo ser bons, não é mais ou menos desenrascar. Quando a pessoa começar, começa a pensar “eu vou ser bom, neste momento ainda não sou bom mas quero ser bom”, ai há espaço para muita gente.


Qual a importância do domínio de novos idiomas na área de Comunicação?

É fundamental, o jornalista que não domine a língua portuguesa, a inglesa ou outra está frito, cada vez mais há línguas que tornam-se mais internacionais. Por exemplo, o mandarim [chinês oficial] começa a invadir o mundo. Temos que aprender com os chineses que aprendem a nossa língua para conseguir vender-nos algo. Dominar uma língua é dominar a mente e o mercado.

Actualmente é professor na Universidade Lusófona de Cabo Verde no curso de Ciências de Comunicação. Que características positivas a realçar dos estudantes? E que áreas acha que deveriam trabalhar mais?

Características positivas: acho que alguns alunos estão muito curiosos, muito combativos e interactivos. Menos positivos: de vez em quando encontramos alguns um bocado preguiçosos e que não dão combate ao professor, não fazem perguntas pertinente e estão sentados na cadeira a ouvir e a deixar o tempo passar. No compto geral o saldo é positivo, porque acho que os alunos são muito combativos e muito participativos.

Falta é aquilo que digo constantemente, que todos nós devemos fazer – e digo todos nós porque eu também sou vosso colega, só que sou menos novo ou mais velho – devíamos ler todos os dias, fazer perguntas e trocar experiências, porque é isso que faz um bom jornalista: leitura e perspicácia.


Aquilo que ensina-se nas Universidades é suficiente para formação de um bom profissional?

Nunca e nem pensar. O que se ensina em qualquer universidade do mundo só ajuda a que se fique licenciado ou autorizado a trabalhar. Quer dizer que um jornalista, em particular, vai-se formando ao longo da sua vida. Nunca um jornalista está completamente formado.


Existe a percepção de que alguns alunos escolheram a vertente Multimédia por questões financeiras. O jornalista realmente ganha menos que o profissional de Multimédia?

Em princípio sim, porque multimédia é uma área que tem muita procura, por isso as pessoas conseguem pôr o preço lá em cima. Estou-me a lembrar dos primeiros informáticos, em particular, aqueles que criavam as bases de dados, tinham uma vantagem, punham o preço que quisessem. Se dissessem que era duzentos contos, era isso porque não havia alternativas para ir procurar outro, é isso o que se passa na multimédia. Como ainda há pouca gente a trabalhar na área, as pessoas podem ganhar mais e podem colocar o preço que quiserem, mas isso só durante algum tempo.


Que recomendações aos jovens formandos em Comunicação Social?

Que acreditem que são capazes de serem cada dia muito melhores. Quero dizer, cada dia temos a oportunidade de ser muito melhores do que éramos ontem. Cada dia temos a oportunidade de aprender, nem que seja uma palavra ou uma ideia nova. Se isso acontecer, todos os dias tornaremos excelentes jornalistas e estaremos a cumprir com o nosso trabalho, que é informar e bem as pessoas.


O seu livro Geografia do Prazer foi apresentado em maio do ano anterior na ULCV. Fala-nos um pouco desta veia poética.

Não sei se tenho veia poética, acho que o meu livro de “sonho”, de poesia, vai ser o próximo, que se chama Tambor e vai sair dia 5 de março.

Falando de Pela Geografia do Prazer, para mim a vida é um eterno prazer, e aí falo muitas vezes de Freud. O livro é um bocado enigmático, falo de Freud porque desde o momento que começamos a sentir o mamilo da nossa mãe na boca, começamos a apaixonar-nos pela boca.

Se você analisar uma criança a mamar, vê como ela olha para a mãe e para o filho, começam a ficar apaixonados por causa daquela ligação, é o primeiro prazer. Depois há o prazer pelo cheiro, ao comer, aprender coisas todos os dias é um prazer, vivemos num mundo de imenso prazer e não nos damos conta disto.

E são as minhas vivências de solidão, devaneios, loucuras e experimentações que me fizeram escrever Pela Geografia o Prazer. Porque pela geografia, você tem várias coisas: é eu gostar de conhecer todas as ilhas de Cabo Verde é geografia, é eu gostar de conhecer milimetricamente o corpo de uma mulher é geografia. Porque nós somos seres sensoriais, são prazeres que vamos experimentando ao longo da vida.


Fonte: www.nhaterra.com.cv

terça-feira, abril 27, 2010

Alunos do 2º ano de Ciências da Comunicação desenvolvem projecto “O Retrato Social da ULCV”


A professora Lenilda Duarte, licenciada em Ciências da Comunicação e docente da disciplina Técnicas de Pesquisa e Análise de Informações na Universidade Lusófona desenvolveu um trabalho de análise estatístico apelidado “O Retrato Social da ULCV” em parceria com os alunos do 2º ano de Ciências da Comunicação da ULCV e ela concedeu uma entrevista ao blogue para falar desta actividade.

Porquê elaboração deste trabalho estatístico?

Bom este projecto está relacionado com a disciplina Técnicas de Pesquisa e Análise de Informações sendo um trabalho estatístico, não existe a melhor forma senão tratar de dados que são concretos porque até podíamos inventar dados fictícios mas o que eu acho que era importante trabalhar com dados reais da ULCV e achamos que este projecto trará mais-valia para a Universidade Lusófona.

Quais são os objectivos traçados para realização do projecto?

Em primeiro lugar queremos conhecer os alunos desta instituição como também aspectos como a idade, sexo, a relação entre a profissão exercida e vida social de todos os alunos que estão matriculados na Universidade. Em relação as questões administrativas queremos fazer um trabalho de compilação dos dados existentes conhecer o número de docentes e funcionários porque o nosso objectivo será construir algo mais concreto.

Qual o enquadramento justificativo deste projecto?

Ele está enquadrado dentro do programa da disciplina Técnicas de Pesquisa e Análise de Informações e é obvio que é possível desenvolver todos os pontos do programa dentro do projecto e como algumas necessidades que ULCV tem, como é o caso, de uma base de dados de todos os alunos, um retrato da Lusófona enquanto instituição, uma Universidade constituído por alunos.

Quando será executado o projecto?

Já está em execução pois começamos com a parte do planeamento, primeiramente com os alunos do 2º ano Ciências da Comunicação para vermos a disponibilidade de todos ou seja para que todos participem neste projecto, também conversei com a administração da ULCV que nos irá apoiar neste projecto.

Existe uma descrição das actividades planeadas?

Sim. Vamos compilar os dados do inquérito feito aos alunos de algumas escolas secundárias que visitaram a universidade na semana anterior. A partir desta semana iniciaremos o inquérito interno, isto é, aos alunos da ULCV, inserido dentro da segunda fase do projecto.
Na terceira fase contaremos com a participação dos docentes, pois iremos fazer um retrato de pessoas que estão ligadas a universidade e depois um inquérito aos serviços administrativos da Universidade Lusófona.
Depois desta fase do inquérito iremos compilar todos os dados adquiridos que serão feitos durante as aulas práticas desta disciplina pelos discentes com utilização de programas como o EXCELL, ACESS E SPSS e a análise e interpretação dos dados será uma actividade desenvolvida após o término do ano lectivo, mas é algo que leva pouco tempo.

Quais são os beneficiários deste projecto estatístico?

No meu ponto de vista os beneficiários directos serão os próprios alunos pelo trabalho que irá ser desenvolvido, em segundo lugar a ULCV porque a partir do projecto passarão a contar como uma base dados com informações dos alunos e própria sociedade irá beneficiar indirectamente deste projecto porque passarão a ter uma nova perspectiva sobre a Universidade Lusófona e poderá utilizar este trabalho para concessão de outros estudos.

Que resultados esperam alcançar no final do trabalho estatístico?

A minha perspectiva primeiramente e que este alunos inseridos neste projecto possam compreender os programas acima referidos (EXCELL, ACESS E SPSS), um segundo ponto será melhorar a imagem da Universidade conhecendo os problemas existentes.

Par finalizar a nossa entrevista queria perguntar se existem apoios de instituições exteriores?

Não, porque a medidas que elaboramos o projecto vimos que não precisaríamos de apoios para sua dimensão existente, até agora, de modo que não temos parcerias exteriores. Caso venha a ganhar uma dimensão maior, ai si,m precisaremos de apoios como o caso do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Ministério do Ensino Superior.


Stevenn Silva (aluno 2º ano Ciências da Comunicação)