quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Quinze Compromissos

Numa terra longínqua havia um bosque cheio de animais. Todos esses animais se expressavam na mesma língua, o Pretn’guês. Como tinham a língua a uni-los, decidiram criar uma comunidade a que deram o nome de Luzn’fulia.

Havia no bosque uma Torre do Saber, com algum estilo, que estava sendo construída aos poucos. Um dia traziam um freixo de madeira ou um monte de pedras, noutro dia traziam alguns livros e também um pouco mantimento para o celeiro comum. E assim iam construindo a Torre do Saber.

As Ovelhas, todas elas, eram estudantes da Torre do Saber. Criaturas lindas, obedientes e ordeiras. Faziam alguma sujeira é verdade, por vezes até algum barulho, mas sempre lindas e submissas.

Para ensinar as Ovelhas vieram professores de todas as partes do bosque. Professores de grande sapiência mas de pouca paciência (leia-se, tempo). Na árdua tarefa de ensinar as Ovelhas os ofícios da Arte, estava o professor Cigarra. Não sabia cantar é verdade, mas dançar, dançava. Como compromisso com as Ovelhas, tinha, até agora, num tempo sem tempo, catorze momentos de convivência e partilha para passá-los junto com as Ovelhas mas imprevistos negaram-lhe a possibilidade, por seis vezes, de dar-se e partilhar-se nestes momentos.

Também, de paragens longínquas vinham professores. Traziam na bagagem o cheiro a maresia de terras distantes e o olhar de quem já viu muitas Ovelhas como aquelas. Como as Ovelhas deveriam comunicar-se na sociedade ficou a cargo do professor Max, a Águia. Altivo, observava uma e cada uma das Ovelhas. Como compromisso com as Ovelhas, tinha, até agora, num tempo sem tempo, doze momentos de convivência e partilha para passá-los junto com as Ovelhas mas imprevistos negaram-lhe a possibilidade, por quatro vezes, de dar-se e partilhar-se nestes momentos.

Dizia-se, era uma teoria, que o bosque fora um jardim com frutas de oiro. Como já disse, é uma teoria. Em média, as Ovelhas eram muito parecidas: lindas, ordeiras e submissas. Para ensinar a Teoria das Coisas, a Coruja foi o animal escolhido. Dona de grande saber e eloquência, ela era de facto a escolha acertada. Como compromisso com as Ovelhas, tinha, até agora, num tempo sem tempo, vinte e seis momentos de convivência e partilha para passá-los junto com as Ovelhas mas imprevistos negaram-lhe a possibilidade, por cinco vezes, de dar-se e partilhar-se nestes momentos.

Mas o bosque não era habitado somente por Ovelhas, Águias e Corujas. Também viviam lá outros animais. O silêncio, por agora, sobre esses outros animais não é um hino às suas virtudes, pois a istória continua…

daivarela

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