“Será que a violência no ecrã leva à réplica do acto ou, por outro lado, torna as pessoas insensíveis aos actos de violência no dia-a-dia?” foi com esta questão que o jornalista português, Pedro Bicudo, iniciou ontem (5) a palestra Os Media e a Violência, na Universidade Lusófona de Cabo Verde, em Mindelo.
Foi por iniciativa da Associação dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) que Pedro Bicudo, antigo correspondente da Rádio Televisão Portuguesa – RTP- em Washington (EUA) e actual director da RTP/Açores esteve no nosso país para uma série de palestras. Estas acções inserem-se na comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 3 de Maio.
Para o conferencista, “a notícia é um evento que é caracterizada por ser algo inusitado, diferente ou surpreendente. A violência partilha muitas dessas características. Isto torna-as irmãs. Por isso que muitos telejornais abrem com notícias de violência.”
Pedro Bicudo apela à comunicação social que dê voz às vítimas de violência. “Aqueles que tem menos poder são aqueles que mais sofrem com a violência: as crianças, idosos e mulheres. Outra violência que raramente chega às televisões é aquela contra as minorias. Existe, em Cabo Verde, uma violência latente em relação às lojas chinesas ou aos vendedores ambulantes da costa africana”.
“Actualmente, com o avanço do fotojornalismo, há uma alteração das primeiras páginas dos jornais, que procuram chocar através das imagens. Até que ponto escolhemos um site de notícias tendo em conta as imagens mais fortes, ou seja, imagens de violência?”
Fonte: www.nhaterra.com.cv
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