Os bons terão sempre lugar no jornalismo

Antigo director da Televisão de Cabo Verde, Daniel Medina é Professor Doutor da Universidade Lusófona de Cabo Verde (ULCV), no curso de Ciências da Comunicação. Jornalista, cronista de rádio e jornal, comentador da televisão, Medina é um comunicador nato. Nha Terra Online foi conhecer o autor de Pela Geografia do Prazer que se prepara para lançar novo livro no mercado e saber a sua opinião sobre o jornalismo caboverdiano, a sua vida de docente, entre outras questões.

Banalização da Profissão de Jornalismo em Cabo Verde

Em vários artigos nossos publicados em Cabo Verde temos vindo a alertar o Governo e aos cidadãos, pela degradação galopante do nosso “jornalismo”. Colocamos aqui a palavra jornalismo entre aspas, porque em nosso entender não existe o jornalismo cabo-verdiano.

Diversidade de Cursos na Comunicação

Uma das causas apontadas para menos vestibulandos interessados em Jornalismo é o número de opções relacionadas à comunicação. Muitos com vocação para cinema e fotografia, por exemplo, acabavam no curso por falta de opção. Existem alguns cursos de graduação e de tecnologia que podem estar por trás do fenômeno.

Como fazer um Resumo

O resumo é uma forma de reunir e apresentar por escrito, de maneira concisa, coerente e frequentemente selectiva, as informações básicas de um texto pré-existente. É a condensação de um texto, pondo-se em destaque os elementos de maior interesse e importância.

Bibliotecas Virtuais

grande referência na área de bibliotecas virtuais, com os sites mais importantes para informação e comunicação sobre ciência e tecnologia

quinta-feira, setembro 16, 2010

Universidade de Santiago abre curso de Comunicação Social


A Universidade de Santiago (US) tem um novo curso. Trata-se da licenciatura em Comunicação Social, que segundo o Vice-Reitor, Fernando Jorge já tem luz verde da Direcção-Geral do Ensino Superior, para a sua criação. O curso terá duas vertentes: jornalismo e comunicação empresarial que, em principio, funcionará em dois períodos: diurno e pós-laboral.

Para ministrar esta licenciatura, a US conta com um corpo docente de doutores e mestres nacionais e estrangeiros. Brasil, Portugal e Estados Unidos da América são nacionalidades donde virão alguns professores, sem contar, é claro, com os académicos nacionais.

Neste momento, as inscrições estão abertas e “dependendo do número de inscritos, o curso será ministrado na US em assomada e no Pólo da Praia, a funcionar no Seminário de São José em Prainha”, explica Fernando Jorge reconhecendo que Cabo Verde tem muito bons jornalistas mas que precisamos, entretanto inculcar, no seio dos jornalistas, um espírito mais critico.

“A componente teórico-prático é fundamental, para o exercício duma profissão tão nobre, para o desenvolvimento do País, quanto é o jornalismo” defende aquele académico que acredita que o jornalismo de investigação passa, necessariamente, por uma sólida formação universitária assente nos conhecimentos teóricos, aliados a praticabilidade da profissão.

Fonte: Liberal Online

segunda-feira, agosto 02, 2010

GOVERNAÇÃO E LIBERDADE DE IMPRENSA


Francis Balle, sociólogo francês, já tinha dito que se “deve evitar o controlo estatal da comunicação social, na medida em que ele permite que alguém tenha o monopólio da verdade. E quem consegue monopolizar a verdade atinge o absoluto, não podendo ser contrariado, já que se assume como o único que sabe tudo

Muitas vezes, ou na maior parte das vezes, existe uma relação contraditória entre a media, o Governo e a sociedade civil. Muitos políticos olham para a imprensa como instrumento do Governo, não como uma força independente emanada do Povo. Alguns têm a arte de seduzir a imprensa, outros de criticá-la.

O governante moderno já compreendeu que, para uma governação mais eficiente, precisa dos media para chegar ao povo. Falta é a exigência de um respeito mútuo entre as partes (media e política) e perceber que não são aliados, mas adversários. Cada um tem o seu lugar no nosso esquema político.

O Governo rege o País e o media tenta descobrir tudo o que se passa nesse sistema. “É da natureza de uma democracia florescer através do conflito com a imprensa e o Governo, sem ser consumida por esse mesmo conflito” - Bill D. Moyers

O jornalismo cabo-verdiano evoluiu muito, desde 1842, aquando da publicação do primeiro Boletim Oficial. Temos hoje uma proliferação de meios de comunicação social no País. Temos uma televisão estatal, muito contestada por quase todos os sectores da sociedade; temos televisões privadas que não trouxeram nada de novo ao panorama nacional - são mais canais de entretenimento do que estações que se dedicam a um jornalismo sério. Temos jornais impressos que são conotados com partidos políticos, ou seja, quando queremos ver falar mal de um partido, compramos um jornal, e se queremos ver as notícias más sobre o partido B, compramos o jornal C. A nível radiofónico, o País está melhor servido, tanto a nível da diversidade, como quanto ao alcance que as radios atingem. Os jornais on line são o mesmo dos impressos, a nível de conteúdo; e temos ainda os blogs, onde podemos encontrar opiniões de cidadãos comuns sobre a actualidade crioula.

Em Cabo Verde, como noutras paragens, é cada vez mais comum, os meios de comunicação serem propriedade de grupos económicos limitados. Esta concentração da propriedade dos meios comunicação social num reduzido número de grupos económicos, pode ameaçar o poder de intervenção no espaço público e manter nas mãos de um clube restrito a capacidade de recolher, tratar e difundir a informação. Outra consequência dessa concentração é a maximização do lucro, emagrecendo as redacções com políticas de baixos salários e uma situação precária dos jornalistas, o que aumenta os riscos de prevaricação entre jornalismo e política. (É mais fácil corromper um jornalista mal pago e com uma família para sustentar).

Embora, seja algo não assumido, nem pelos governantes, nem pelos jornalistas, é uma verdade este conflito de interesses entre jornalismo e politica, este jogo de poder e contra-poder, de influência. O que vai contra a ideologia jornalistica que é suposto ser livre e independente. Mas isto, não quer dizer que não haja liberdade de imprensa no País. Quanto a mim, há uma liberdade limitada pelas circunstâncias do orgão ou do grupo para o qual o jornalista exerce a sua função.

Os media, à sua maneira, com as dificuldades e as contingências a que estão sujeitos, estão a ajudar no processo de consolidação da democracia cabo-verdiana. Nos últimos tempos, em Cabo Verde, muito se tem discutido sobre a independência dos media, em particular da televisão nacional (TCV). Sendo uma estação pública, com o dever de desempenhar o seu papel de informar e de alertar os cidadãos, considero que a TCV não é um exemplo de pluralismo, facto que ao longo dos anos e dos sucessivos governos temos acompanhado. No fundo, a maior parte dos organismos do serviço público, os chamados meios de comunicação social do Estado, não passam de instrumentos ao serviço daqueles que dizem fomentar uma boa governação.

Também Francis Balle, sociólogo francês, já tinha dito que se “deve evitar o controlo estatal da comunicação social, na medida em que ele permite que alguém tenha o monopólio da verdade. E quem consegue monopolizar a verdade atinge o absoluto, não podendo ser contrariado, já que se assume como o único que sabe tudo”. A objectividade senão é o maior, é sem dúvida, um dos maiores mitos do jornalismo, pois, cada um de nós vê o que a sua própria experiência o leva a ver, depende muitas vezes de quem é o observador.

Actualmente, segundo Repórteres Sem Fronteiras, na sua classificação anual sobre a relação dos países e a liberdade de imprensa, Cabo Verde somou 11 pontos e desceu no ranking, baixando à 44ª posição, situando-se, apesar disso, entre os 50 países com maior liberdade de imprensa. A posição em 2008 era 36ª.

Os jornalistas também têm razão de queixa, como é o caso do agente da Polícia Judiciária que agrediu um repórter na execução das suas funções. Um exemplo claro da violação da liberdade de imprensa. Um caso que ficou-se pelo protesto dos jornalistas e pelo pedido de desculpas da Polícia Judiciária. São factos como estes que demonstram a falta de protecção dos profissionais da comunicação, o que os coloca muitas vezes da posição de não querer fazer determinadas tarefas, por receio ou por se sentirem inseguros. O que prejudica um jornalismo plural e credível. Não se fomenta um jornalismo investigativo, não se aprofundam os temas, que ficam pelo tratamento circunstancial de uma breve notícia. E não se aposta na continuidade ou no seguimento das histórias. Cabo Verde, enquanto Nação, País soberano e Estado de Direito Democrático, consagra ampla liberdade de Expressão e Informação na Constituição da República. Recentemente (Maio 2010), o Parlamento cabo-verdiano aprovou o novo Estatuto dos Jornalistas, em que a principal alteração estabelece a obrigatoriedade de formação superior para aceder à prática do jornalismo em Cabo Verde. Jornalistas com menos de 10 anos de profissão e sem diploma universitário devem fazer uma formação superior no prazo de cinco anos para continuarem na profissão.

A classe jornalística no País não é unida, o que facilita a conspurcação dos profissionais. Muitas vezes, os jornalistas vêm-se como rivais e não como profissionais que lutam pela mesma causa: melhores condições de trabalho e maior liberdade no exercício da sua função.

Ter um estatuto e um código deontológico forte e moderno, que reúna as regras que orientam o exercício da profissão, é com certeza um passo importante para um jornalismo mais eficiente e credível.

A instituição de uma carteira profissional dos jornalistas, a aposta na formação, a criação de uma entidade auto-reguladora do padrão da qualidade, a não intromissão do Estado e dos partidos políticos nos conteúdos dos media, tudo isso, pode trazer um maior equilíbrio entre a liberdade de imprensa e a responsabilidade social dos media.

Quando se verificar isto, na prática, quem sai a ganhar é a democracia e a liberdade de imprensa.


Erzinete Borges, Licenciada em Comunicação Social, Jornalista

segunda-feira, julho 12, 2010

O que você faz da sua vida?

terça-feira, junho 29, 2010

Análise de Filmes - conceitos e metodologia(s)

Resumo
O texto procura reflectir sobre a actividade de análise de filmes, em especial o seu papel nos discursos sobre cinema e discutir possíveis metodologias para essa mesma actividade.


Índice
1. O que é a análise de filmes e para que serve?
2. Como analisar?
3. Bibliografia

Faça o download do texto (10 páginas) aqui "http://www.bocc.uff.br/pag/bocc-penafria-analise.pdf"

Auto-regulação, autocensura e autonomia

Auto-regulação não é um sinônimo de autocensura no contexto das redações jornalísticas, porque, apesar das duas expressões terem algo em comum, referem-se a dois posicionamentos distintos: a auto-regulação se baseia em princípios gerais que cada profissional aplica individualmente, enquanto a auto-censura uma norma apoiada na conveniência institucional e aplicada coletivamente.


Ambos os conceitos tem em comum o fato de se constituírem numa limitação auto-imposta e que atende a conjunturas concretas. No caso da auto-regulação, ela está baseada num consenso baseado em princípios que podem ser culturais, morais ou éticos. No caso da autocensura, temos uma decisão imposta que será aplicada pelo grupo social, no caso as redações, para atender a uma necessidade concreta, geralmente a da sobrevivência de interesses corporativos.

Tanto a auto-regulação como a autocensura, estão situadas dentro do quadro da autonomia, ou seja, são posicionamentos desenvolvidos sem interferência de órgãos superiores, como por exemplo, o governo.

Bom, tudo isto para chegar ao ponto crucial. A autocensura é questionável porque limita a nossa capacidade de pensar e anula a diversidade na troca de informações. Ela tende a uniformizar conteúdos a pretexto de preservar interesses e conveniências. Ao eliminar ou reduzir a diversidade de informações, a autocensura agride o jornalismo porque priva o público de dados, fatos e processos necessários para a formação de opiniões e tomada de decisões.

A auto-regulação obedece a uma lógica totalmente diferente. Ela se baseia na diversidade para, por meio da troca de informações, chegar a um consenso sobre o que pode ameaçar uma determinada comunidade social e seus integrantes. É o que acontece quando as famílias procuram evitar que crianças tenham acesso a filmes violentos. A preocupação não é reduzir a liberdade de informação mas evitar desordens emocionais em seres que ainda não chegaram à maturidade plena.

Alguns leitores comentaram que a auto-regulação é um atentado à liberdade de informação, numa reafirmação do famoso dito de que a melhor lei é aquela que não existe. Só que isto não passa de uma frase de efeito sem nenhuma correspondência prática. Não existe liberdade total, simplesmente porque vivemos em comunidades sociais onde há um bem-estar comum e um bem estar individual. Ora um é mais importante, ora o outro.

A auto-regulamentação sempre existiu e a maior prova dela são as Constituições nacionais. Ela, em tese, seria a materialização do consenso entre os residentes num mesmo país. No caso da imprensa, o argumento de liberdade irrestrita de informação esconde uma falácia, a de que os jornais, emissoras de rádio, televisão, revistas e internet informam tudo. Isto além de não ser verdade, é impossível e inviável.

Assim, a auto- regulamentação informativa tem a ver com a geração de consensos (o plural é importante) sobre o tipo de informação que pode ameaçar, por exemplo, grupos étnicos, direitos civis, o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes, a privacidade de suspeitos sem culpa formada, etc etc.

Estes consensos, que são específicos para cada caso e que evoluem com o tempo, devem incorporar princípios éticos porque dependem de valores desenvolvidos pela própria sociedade.

Em suma, e para terminar, auto-regulação informativa baseada na ética significa desenvolver no interior das redações jornalísticas de todos os tipos, consensos informativos que orientarão os profissionais sobre o tipo de conteúdo que será oferecido ao público numa determinada região, numa conjuntura precisa e num momento definido.
É a minha colaboração para um debate onde você leitor, tem o papel mais importante porque soma das experiências e conhecimentos de todos vocês é bem maior do que a minha.

quarta-feira, junho 23, 2010

Banco de CV institui prémio Jornalismo Económico


O Banco de Cabo Verde dispõe-se a desenvolver o jornalismo cabo-verdiano, proporcionando-lhe condições para a especialização na área da economia. É óbvio que a existência de um jornalismo forte e especializado é também uma das condições para o desenvolvimento do tecido económico do País.Assim, o Banco de Cabo Verde instituiu um Prémio – Prémio Jornalismo Económico -, cujo regulamento publicamos:


PRÉMIO JORNALISMO ECONÓMICO


Edição de 2005


1. Enquadramento

No intuito de contribuir para aumentar o conhecimento do funcionamento da economia e desenvolver na sociedade cabo-verdiana o gosto por temas económicos, o Banco de Cabo Verde pretende apoiar e incentivar a pesquisa, a organização e a divulgação de trabalhos, que visem aprofundar o conhecimento da realidade económica, factor essencial ao desenvolvimento nacional. Foi assim que instituiu o Prémio Jornalismo Económico, com o objectivo de galardoar o(s) autor(es) de trabalhos de excelência versando temas actuais e originais da realidade económica e financeira de Cabo Verde, destinado a distinguir trabalhos elaborados por jornalistas nacionais, residentes no país ou no estrangeiro.


Neste sentido, o Banco de Cabo Verde anuncia que se encontra aberto o concurso para atribuição do Prémio Jornalismo Económico–Edição de 2005, o qual se rege pelas cláusulas do Regulamento do Prémio Jornalismo, que pode ser consultado na página da internet, www.bcv.cv. Para coordenar todo o processo, foi designada pelo Conselho de Administração do Banco de Cabo Verde uma Comissão de Regulamentação, Coordenação e Avaliação do Prémio, que avaliará e seleccionará os trabalhos concorrentes.


2. Prazo de Entrega

Os trabalhos deverão ser entregues até 31 de Agosto de 2005, na Sede do Banco de Cabo Verde, Avenida Amílcar Cabral, Praia, ou enviados por correio para o endereço Av. Amílcar Cabral, C.P. n.º 101, Praia, Cabo Verde.


3. Prémios

a. Ao melhor trabalho será atribuído um Prémio de 150 contos;


b. Ao(s) premiado(s) o Banco de Cabo Verde poderá proporcionar um estágio de curta duração, numa ou em diversas áreas da sua actuação.


4. Casos Omissos

Os casos omissos e dúvidas que não forem esclarecidos pelo Regulamento serão resolvidos pela Comissão designada.


terça-feira, junho 22, 2010

O preço de uma verdade - filme em análise na disciplina de Direito




Ficha Técnica:
Título original: Shattered Glass
Género:Negrito Drama
Duração: 01 h 43 min
Ano de lançamento: 2003
Site oficial: http://www.shatteredglassmovie.com/index_flash.html
Estúdio: Lions Gate Films Inc. / Cruise-Wagner Productions / Forest Park Pictures / Baumgarten Merims Productions
Distribuidora: Lions Gate Films Inc.
Realização: Billy Ray
Argumento: Billy Ray, baseado em artigo de Buzz Bissinger
Produção: Craig Baumgarten, Marc Butan, Tove Christensen, Gaye Hirsch e Adam Merims
Música: Mychael Danna
Fotografia: Mandy Walker
Direcção Artística: Pierre Perrault
Figurino: Renée April
Montagem: Jeffrey Ford
Efeitos especiais: Custom Film Effects


Sinopse:
Stephen Glass (Hayden Christensen) é um jornalista que consegue entrar para a equipe principal do jornal The New Republic, de Washington. Entretanto, dos anos em que trabalha na redacção, mais da metade dos textos de sua autoria ou foram inventados ou copiados, o que não impede seu crescimento. Porém sua fama vai por água abaixo após sua farsa ser descoberta.


Elenco:
Hayden Christensen (Stephen Glass)
Peter Sarsgaard (Charles Lane) Chloë Sevigny (Caitlin Avey)
Rosario Dawson (Andy Fox)
Melanie Lynksley (Amy Brand)
Hank Azaria (Michael Kelly)
Steve Zahn (Adam Penenberg)
Mark Blum (Lweis Estridge)
Simone-Elise Girard (Catarina Bannier)
Chad Donella (David Bach)
Jamie Elman (Aaron Bluth)
Luke Kirby (Rob Gruen)
Cas Anvar (Kambiz Foroohar)


Comentários

Patrícia Kishimotoa
02/01/2003

O filme retratou muito bem as questões éticas da prática jornalística. É um alerta para que as empresas jornalísticas e principalmente a sociedade fiquem atentas, pois a cópia ou invenção de matérias é mais comum do que se pode imaginar. Fica aí meu alerta!


Fabneto
03/01/2003

Como estudante de Jornalismo, devo parabenizar o filme pelo óptimo e polémico assunto abordado: A falsificação de notícias, e as consequências que essas podem gerar na vida de quem as comete (assim como também na vida das pessoas com quem esse(a) determinado(a) jornalista se relaciona). Só achei desnecessário o realizador mostrar os pequenos ataques de "histeria" cometidos pelo protagonista, após sua farsa ter sido descoberta - embora talvez esse possa ter sido um artifício para dramatizar ainda mais a estória. Eis um filme que todos que se relacionam com essa área, devem assistir, além de ser uma aula do que é ser a ética profissional.


Jamile Nobrea
04/01/2003

É um bom filme, deveria ser obrigatório no curso de jornalismo para que os alunos assistissem e observassem o quanto a ética profissional deve ser mais importante do que a fama. A fama tem seu preço, e este pode ser muito alto, depende da coerência de cada um. Vale a pena assistir! Minha nota é 7 por conta de alguns "defeitos" de argumento... poderia ser melhor.


Tábata Moria
05/01/2003

Creio que o filme seja uma boa representação da realidade jornalística que vivemos. Hoje, os meios de comunicação são tão ficcionais que é difícil saber quão verdadeiras são as informações. Como jornalista (estudante), sinto-me à vontade para falar, ainda que consciente das falhas dos colegas de trabalho, e creio que o filme colabora para deixar as pessoas com uma pulga atrás da orelha. E isso é bom!


Fernanda
06/01/2003
O filme é muito bom, explora a questão da ética jornalística, do "Será que vale tudo?". Remete-nos aos grandes casos da imprensa e transmite qual é a essência do verdadeiro profissional, o perseverante apurador e pesquisador!


Andréa Trindadea
07/01/2003

Gostei do filme o Preço de uma verdade, eu o indico para todos os estudantes de jornalismo. O jornalismo tem um compromisso com a verdade e trai-la com certeza não é um bom negócio, mesmo que você ganhe fama e dinheiro por causa disso.


Felipe
08/01/2003
Gostei sim. É um grande aliado para professores de jornalismo para mostrar o quanto é errado e prejudicial copiar textos e inventá-los. Ainda mais nos tempos de internet quando tudo é mais fácil!


Ana
09/01/2003

O filme é muito bom, trabalha a questão da ética, profissionalismo, arrogância, não só no campo da comunicação, mas nas demais profissões. Excelente para ser trabalhado com alunos principalmente de Universidades.


Érica
10/01/2003

Um óptimo filme, faz com que percebamos onde a imprensa quer que entendamos as informações. Possibilita uma reflexão de que tipo de imprensa temos. Adorei o filme e o facto de ter um final surpreendente, mas esperado.


Helanny Torresa
11/01/2003
Nem todo génio é genuíno, inventar matérias jornalísticas é lançar um olhar estrangeiro sobre seu texto. O enredo do filme tem uma estética que segue uma linha envolvente e oferece ao público clara percepção sobre a temática. O mesmo traz uma abordagem construtiva, e deixa de ser apenas uma simples biografia, ao nos convidar a refletir e concluir que jornalismo é um falar de perto.


Edianea
12/01/2003
Gostei muito. O interessante do filme nem é tanto a fotografia, a plástica, a trilha sonora (bem ausente), mas o facto de narrar uma história real e absurda, que nos faz pensar a que ponto chega a ingenuidade (ou burrice ou ambição) de uma pessoa que quer chegar ao topo pelo caminho mais fácil, mas frágil como um cristal. A mentira sempre tem pernas curtas. No jornalismo, quem sabe mais curtas ainda.

sexta-feira, junho 18, 2010

José Saramago - The End

José Saramago - Escritor
16/10/1922 - 18/06/2010



Hoje, sexta-feira, 18 de Junho, José Saramago faleceu às 12.30 horas
na sua residência de Lanzarote, aos 87 anos de idade,
em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença.
O escritor morreu estando acompanhado pela sua família,
despedindo-se de uma forma serena e tranquila.

Fundação José Saramago
18 de Junho de 2010

quinta-feira, junho 17, 2010

Germano Almeida tem nova obra



Pelas mãos da Ilhéu Editora chega agora a mais recente obra do autodenominado contador de histórias Germano Almeida. A apresentação de A Morte do Ouvidor será feita no próximo dia 23 de Junho na Biblioteca do Centro Cultural Português - Instituto Camões às 18h30, pela Dra. Ana Cordeiro, numa iniciativa conjunta da Ilhéu Editora e do Instituto Camões.

Ler mais sobre o livro aqui.

terça-feira, junho 08, 2010

Dôs no Café Margoso


João Branco acaba de anunciar a entrada da mais nova rubrica para o Café Margoso. Trata-se de Dôs, que tem sido publicado no jornal A Nação e conta sempre com entrevistas com artistas da nosso meio cultural.

Na estreia, uma conversa "infernalmente descontraída" com o Prémio Camões Arménio Vieira. Para conferir clique aqui.

segunda-feira, junho 07, 2010

Para aqueles que não aceitam as opiniões dos outros





"A humildade não está na pobreza, não está na indigência, na penúria, na necessidade, na nudez e nem na fome. A humildade está na pessoa que, tendo o direito de reclamar, julgar, reprovar e tomar qualquer atitude compreensível no brio pessoal, apenas abençoa."

Emmanuel, psicografado por Chico Xavier


"É preciso permitir que alguém nos ajude, nos apoie, nos dê forças para continuar. Se aceitarmos este amor com pureza e humildade, vamos entender que o Amor não é dar ou receber - é participar."

Paulo Coelho


"Sucede com frequência que os espíritos mais mesquinhos são os mais arrogantes e soberbos, assim como os espíritos mais generosos são os mais modestos e humildes."

René Descartes


"A gratidão é o único tesouro dos humildes."
William Shakespeare


"Aquele que pergunta, pode ser um tolo por cinco minutos. Aquele que deixa de perguntar, será um tolo para o resto da vida."

Provérbio Chinês


"Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos."

Provérbio Chinês


"Limpa tua casa, pois não sabes quem baterá à tua porta; lava teu rosto, pois não sabes quem o beijará."

Provérbio Árabe


"O conhecimento é como um jardim: se não for cultivado, não pode ser colhido."

Provérbio Africano

Sobre a autora de "A defesa de uma nova objectividade jornalística"





Isabelle Anchieta de Melo é jornalista, doutoranda no curso de Sociologia da USP e mestre em Comunicação Social pela UFMG.

Recebeu prémio nacional de Jornalismo pelo "Rumos Itaú Cultural" 2007/2008. Tem livros publicados, entre os quais "Sete propostas para o Jornalismo Cultural" (Ed:Miró, 2009) e "Mapeamento do Jornalismo Cultural no Brasil" (Ed: Itaú Cultural, 2008) e diversos artigos em veículos nacionais e internacionais.

Actualmente realiza pesquisa sobre a mulher, suas imagens e imaginários, denominada “O poder das imagens na construção do feminino: as quatro gerações de imagens e imaginários construídos sobre a mulher; de Deusa à mulher real e qualquer”.

Como jornalista foi apresentadora e editora-chefe do Jornal da Rede Globo Minas e repórter de documentários pela TV Cultura.

Em 2008 foi selecionada para representar o Brasil junto a outros 10 pesquisadores internacionais no 1º Congresso Internacional de Comportamento, Comunicação e Moda da Europa para apresentar duas das suas recentes pesquisas "A quarta mulher" e "Laboratório de Moda Brasil" (Madrid, 2008).

Para saber mais sobre Isabella Anchieta de Melo e sobre seu trabalho, clique aqui para aceder ao blog pessoal da autora.

Uma Imagem que marcou uma vida

O Artista




Alberto Díaz Gutiérrez, conhecido como Alberto Korda, (Havana, 14 de setembro de 1928 — Paris, 25 de maio de 2001) foi um fotógrafo cubano que se tornou mundialmente conhecido por Guerrillero Heroico, retrato que fez de Che Guevara.

Korda começou a fotografar oferecendo seus serviços em baptismos, casamentos e festas. Tempos depois, abriu um estúdio em Havana onde passou a dedicar-se à fotografia publicitária e de moda. Declarou que dedicou-se a tal trabalho apenas para conhecer mulheres bonitas. Sua segunda mulher foi, de facto, uma modelo.

Certo dia, Korda viu uma menina cubana a fazer uma saia improvisada de papel para vestir uma boneca; percebeu que a boneca era apenas um pedaço de madeira e, sensibilizado, resolveu unir-se ao ideal revolucionário que prometia acabar com aquele tipo de injustiça social. Assim sendo, tornou-se fotógrafo oficial de Fidel Castro após a revolução cubana.

Sua fama aconteceu quase por acaso. A fotografia quase acidental de Che Guevara tornou-se uma das fotos mais reproduzidas de todos os tempos. Korda fez uma tomada vertical e outra horizontal. As duas fotos não ficaram tão famosas imediatamente. Foi preciso que um italiano de nome Giangiacomo Feltrinelli recortasse as laterais da tomada horizontal e espalhasse posters de Che Guevara após sua morte nas selvas bolivianas em 1967. A partir daí, a imagem correu mundo e tem sido fonte de inspiração para muitos artistas. Alberto Korda nunca recebeu qualquer tipo de remuneração pelas fotos e nunca empenhou-se em receber. Dizia que sua intenção ao não fazê-lo era espalhar os ideais revolucionários da luta de Guevara.


A foto



A cena imortalizada em Guerrillero Heroico ocorreu no dia 5 de Março de 1960. Korda fotografava para o jornal cubano Revolución. Ao lado de várias autoridades cubanas, numa tribuna, Guevara participava de um memorial às vítimas de uma explosão de barco que matara 136 pessoas. Foram apenas 45 segundos para o fotógrafo perceber que tinha imortalizado uma bela expressão. Jamais preveria, no entanto, que transformaria-se-ia no autor do mais forte ícone dos movimentos de esquerda de todo o mundo. A imagem só se popularizou porque um artista plástico irlandês, Jim Fitzpatrick, criou uma estampa em monotipia baseada na foto e colocou-a em domínio público (no que hoje se chamaria de copyleft).

Fonte: aqui

Relembrando El Che


"Um povo que não sabe ler nem escrever
é um povo fácil de enganar."

Ernesto Guevara

domingo, junho 06, 2010

Música para reflectir





Tente Outra Vez
(Raul Seixas - Paulo Coelho)


Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente outra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça agüenta se você parar, não não não não
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Bailando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente outra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez

Tente outra vez

terça-feira, junho 01, 2010

Crianças do Rebolation




Fui hoje assistir a actividades da escola do meu filho de 11 anos e reparo que, no momento do baile que todos nós sempre ansiámos, as músicas agora são bem diferentes. Se há alguma censura na RCV e noutras rádios para não passar músicas como "Bói de picapêl" (lembram-se? "Oi, jás pôl lume..."), aqui na escola as crianças vibram-se com músicas do género "Jál escoá ma titio", com versos bastante pesados como "Dondê que bsôt ta sinti sábe". As músicas da Xuxa ficaram para trás e o Festival dos Pequenos Cantores já não tem aquela atenção que tinha anteriormente. E até que oiço as crianças a cantarem o que percebem do inglês dos Black Eyed Peas em "I've got a feeling". Ficam ainda mais eufóricas ainda quando ouvem o Hit da hora - Rebolation. Lindo... Quem se lembra ainda de "Sara Sarita" ou da voz da magnífica Ritinha Lobo a cantar "Cabo Verde ê d'nôs" ou ainda "Góte na tocatina" da Magui Martins.


Uma crónica de Neu Lopes publicado no "Boca de Tubarão".
Para ler mais clique aqui.

segunda-feira, maio 31, 2010

Especial Reforma Ortográfica: Uma Revolução sem Gramática

Professor honorário de lingüística da Universidade do País de Gales, em Bangor, David Crystal, de 66 anos, é uma das maiores autoridades mundiais em linguagem. Autor de A Revolução da Linguagem (Jorge Zahar), ele falou a VEJA sobre as mudanças que a internet trouxe ao uso da língua e sobre as línguas em extinção.



A INTERNET ESTÁ MUDANDO O CARÁTER DAS LÍNGUAS?

Em cinqüenta ou 100 anos, todas as línguas que utilizam a internet serão diferentes. Está surgindo o que chamo de netspeak, "fala da rede", ou comunicação mediada pelo computador, em jargão acadêmico. Ainda é impossível prever, no entanto, quais serão a forma e a extensão dessa mudança. Leva muito tempo para que uma transformação efetiva se manifeste numa língua. No inglês, por exemplo, notamos uma grande diferença entre a linguagem de Chaucer e a de Shakespeare. Duzentos anos separam o nascimento de um e de outro. Pergunte às pessoas quando foi a primeira vez em que elas mandaram um e-mail. Foi há dez, talvez cinco anos. É algo recente demais. Existem curiosos fenômenos de ortografia, o uso de sinais tipográficos e dos chamados emoticons. Mas, se procurarmos por novas palavras ou uma nova gramática na internet, não encontraremos muita coisa. O inglês é uma língua com mais de 1 milhão de palavras, e somente umas poucas centenas foram incorporadas a ela por causa da internet. Isso não altera o seu caráter.

A INFORMALIDADE É UMA CARACTERÍSTICA CENTRAL DO NETSPEAK?

Sim, até o momento. Isso tudo começou com os nerds da internet, há vinte, trinta anos. E eles eram rebeldes. Viam a rede como uma revolução, uma alternativa democrática às formas de comunicação mais formais. Esses pioneiros não pontuavam, não se preocupavam com ortografia, criavam formas estranhas de grafar as palavras. Quando a internet se espalhou, a informalidade se popularizou também. Nos anos 80 e 90, e-mails se tornaram muito informais. Mas a idade média do usuário de internet vem subindo, e com isso a comunicação está ficando mais formal novamente. Acredito que os estudos sobre netspeak que virão daqui por diante vão documentar um aumento da formalidade.

O SENHOR AFIRMA QUE, NO ATUAL RITMO DE EXTINÇÃO, EM UM SÉCULO TEREMOS SO METADE DAS LÍNGUAS QUE SÃO FALADAS NO PLANETA HOJE. POR QUE TANTAS LÍNGUAS ESTÃO DESAPARECENDO?

O principal motivo é a assimilação cultural por causa da globalização. O crescimento das grandes línguas do mundo funciona como um trator, esmagando os idiomas que se põem no caminho. Isso não é um fenômeno restrito a duas ou três línguas. Não é apenas o inglês que ameaça línguas nativas na Austrália, ou o português que põe em perigo idiomas indígenas no norte do Brasil. O chinês, o russo, o hindi, o suahili – todas as línguas majoritárias ameaçam idiomas de comunidades pequenas. O futuro dessas línguas minoritárias está vinculado a políticas regionais. Nos lugares onde elas sobrevivem, há uma série de práticas políticas e econômicas que valorizam a diversidade.

O QUE SE PERDE QUANDO UMA LÍNGUA MORRE?

Quando me fazem essa pergunta, costumo rebater com outra: como seria o mundo se a sua língua não houvesse existido? O que você teria perdido, o que todos teríamos perdido se não existisse o português? Se não houvesse o inglês, não teríamos Chaucer, Shakespeare, Dickens. Quando colocamos as coisas nesses termos, as pessoas vêem. Uma língua expressa uma visão peculiar do mundo. Não importa se a comunidade que utiliza essa língua vive em uma selva, em um iceberg ou na cidade, sua história, seu ambiente e seu modo de pensar não têm igual. O único meio de comunicarmos a percepção do que é ser humano em determinado ambiente é através da linguagem.

NO BRASIL, JÁ HOUVE TENTATIVAS DE RESTRINGIR LEGALMENTE O USO DE PALAVRAS ESTRANGEIRAS, ESPECIALMENTE DO INGLÊS. O INGLÊS PODE SER CONSIDERADO EM ALGUMA MEDIDA UMA AMEAÇA AO PORTUGUÊS?

Não, de forma alguma. Esses movimentos puristas aparecem no mundo todo. E o fato básico é que todas as línguas tomam empréstimos das outras. Ao longo dos últimos 1.000 anos, o inglês incorporou palavras de mais de 350 línguas. Só 20% das palavras do inglês atual remontam às origens anglo-saxônicas e germânicas da língua. Essa incorporação de palavras tornou o inglês uma língua expressiva e rica. Shakespeare não poderia escrever o que escreveu se não contasse com um vocabulário que era germânico, francês e latino. Palavras se incorporam a uma língua não para destruí-la, mas para permitir novas oportunidades de expressão. Se cada palavra que entra no português apagasse uma palavra anterior, isso seria de fato um fenômeno estranho e indesejável. Mas não é assim que funciona. A nova palavra não substitui palavras preexistentes, ela passa a vigorar ao lado delas. A língua evolui desse modo e alcança uma gama expressiva mais ampla.

COMO LIDAR COM A QUESTÃO DO VOCABULÁRIO IMPORTADO AO EDUCAR AS CRIANÇAS?

Os jovens gostam de usar palavras estrangeiras, pois em geral elas soam inovadoras. Gostam também de empregar gírias que eles próprios criam. Não se pode proibir jamais crianças e adolescentes de utilizar suas formas particulares de linguagem. É como dizer a eles: "Valorizem a linguagem – mas não a sua própria". É muito importante que, nas escolas, os estudantes aprendam toda a gama de possibilidades da língua. Eles precisam descobrir que há palavras tradicionais e palavras novas para as mesmas coisas. E devem saber também a diferença estilística entre essas opções.

POR QUE O INGLÊS É A LÍNGUA MAIS VISADA PELOS PURISTAS?

Pela razão simples de que é a língua mais globalizada. É sobretudo uma questão política, que varia de região para região. Quem fala quíchua, no Peru, não está preocupado com o inglês, mas com vocábulos que remetem à história do domínio espanhol sobre os povos indígenas. A política está sempre por perto nessas questões.

Saiba Mais:

* Especial: Reforma Ortográfica
* Especial Reforma Ortográfica: Falar e Escrever Certo
* Comissão discute prazos para a reforma ortográfica
* Portugal pode atrasar reforma ortográfica
* Reforma ortográfica não deve sair em 2008
* Brasil vai esperar Portugal para fazer a reforma ortográfica


Adaptado da Revista Veja

Fonte:

  • FE - Abril.com - 17/09/2007

Postado por: FK - 18/05/09

Retirado de: Colégio São Paulo I

sábado, maio 29, 2010

Dá que pensar (2)




Este blog foi criado em 2009 por alunos do primeiro ano do Curso de Ciências da Comunicação. Estamos agora no segundo ano e este é um blog com um número simpático de visitas.

Porém, essas visitas estão mais concentradas no estrangeiro (sobretudo Brasil). Se repararem há um inquérito na coluna direita deste blog para saber quem consulta. Acontece que, dos que responderam ao inquérito, 37% frequenta o nosso curso (mas acredito que quase todos os visitantes pertençam à nossa turma) e 11% são discentes de outros cursos da ULCV. Mas o mais curioso é o facto de 13% pertencerem a outras universidades e 12% não pertencerem a universidades.

Isso quer dizer que, ou o nosso blog não é conhecido no meio da ULCV, ou é ignorado. Ignorado, mas apreciado por outros de fora que inclusive aproveitam para tirar daqui textos e matérias que ajudam até em trabalhos de mestrado. Interessante, não?

Além do mais, o Administrador da ULCV demonstrou o seu interesse em colocar no site da ULCV um link para o nosso querido e suado blog.

Caros colegas da ULCV não mandem tantas bocas escondidas num antro de ignorância. Antes de exigirmos qualquer coisa, façamos a nossa parte. Porque quem não se enche de razão não pode discutir nenhuma razão.

Mais ainda... INVEJA TA MATÁ!

Paz e amor

Neu Lopes

Dá que pensar (1)




Há poucos dias uma docente entrou numa sala de aulas e, como se de uma aula do ensino secundário se tratasse, ordenou aos discentes que "tirassem uma folha" porque iriam fazer um teste.

Ora, eu não tenho nada a ver com essa turma, mas também estudo nesta universidade. E fico indignado com as seguintes perguntas:

- Afinal, os testes não devem ser feitos em papel próprio para o fim?

- Existe ou não um regulamento para avaliação na ULCV? Esse regulamento permite uma palhaçada dessas?

- Não terão os discentes todo o direito de reclamar sobre o assunto, dentro da legalidade, uma vez que pagam (e muito bem) para que os docentes tenham na ULCV mais um emprego?

Pensei que não iria mais escrever desabafos destes. Mas não dá para aguentar abusos de pessoas que passam a vida a faltar às aulas, não dando a mínima importância a quem, depois de um longo e cansado dia de trabalho e, depois de ter pago a propina a horas para que não lhe fosse cobrada multa, vêm parar a esta universidade que fica no alto da cidade e nos recebe com muito vento e frio.

Os discentes não têm que avaliar o docente, mas têm o direito de avaliar a sua postura, atitude, profissionalismo e respeito. E quem não cumprir, é como o velho ditado - "Inquilino que não paga renda..."

Neu Lopes

sexta-feira, maio 28, 2010

Acontecimentos versus Políticas


Segundo o slogan da RTL: “A informação é como o café: quando quente e forte, é boa”. Para ajustar esta crença, os media reciclam o mundo como uma sucessão de acontecimentos, importando que cada acontecimento seja suficientemente forte para aparecer nos títulos, mas que ceda o seu lugar antes de esfriar-se. A grelha de acontecimentos converteu-se na única maneira de abordar o mundo.

O público que cobrou identidade (e que rapidamente foi desmantelado) com o “acontecimento em vista do público” é uma congregação de espectadores, não de actores. A “pertença” que surge do facto de olhar o mesmo com o mesmo enfoque não exige outro compromisso que não o da atenção. Os membros da congregação dos espectadores não têm por que seguir o espectáculo de forma activa. Os acontecimentos servem para demonstrar que a “cena pública” é para olhar e desfrutar, não para actuar.

Dado que, esta comunidade é de natureza efémera e que o sentido de pertença que propiciam é muito débil, quando desaparecem deixam nos seus membros um vazio que exige ser preenchido o quanto antes. Aqui, de novo, a intrínseca mortalidade dos acontecimentos são de grande ajuda: uma vez que se corta em rabanadas episódicas, a vida necessita de um grande número e variedades de acontecimentos capazes de captar a atenção para tapar a falta de lógica e continuidade.

Poderíamos dizer que, em termos de consumidores de acontecimentos, todos sofremos de bulimia e que os acontecimentos são a comida ideal. Os afectados pela bulimia devem desfazer-se rapidamente do que ingeriram para dar lugar à mais comida: os acontecimentos/espectáculos estão feitos à medida deste propósito. Estão pensados para serem consumidos imediatamente e evacuados com a mesma celeridade; para serem engolidos sem serem mastigados e para não serem digeridos nunca. Nem bem chegam à consciência, abandonam-na, muito antes de terem a possibilidade de serem assimilados e de passar assim a fazer parte do organismo consumidor.
Em todos esses aspectos, os acontecimentos se opõem implacavelmente sobre as políticas. As políticas eram as que iriam desempenhar a função integradora que agora foram assumidos pelos acontecimentos/espectáculos. Eram as que davam origem às comunidades formadas por aqueles que compartilhavam uma mentalidade semelhante. Mas faziam-no de modo distinto e seus produtos se diferenciavam de maneira coerente.

A grande pergunta que se coloca ao desafio para a acção política ortodoxa de hoje em dia, não é “o que há para fazer”, mas sim, “quem é capaz de fazê-lo e estaria disposto”. Actualmente, a “globalização” não significa mais do que a globalidade de nossas dependências e as instituições políticas herdadas sob o signo da democracia moderna não conseguiram seguir o avanço da economia no espaço global. O resultado é um mundo em que o poder flui no espaço global fora de controlo e do alcance das instituições, enquanto que a política continua seguindo tão localmente como sempre. O poder está muito aquém do alcance da política. A crescente brecha entre o poder económico e as agências políticas actuais gera esta espécie de “precariedade” provocando as angústias e traumas que saturam as vidas de eleições, que dificilmente vão retroceder. São essas angústias e traumas que os homens e mulheres de hoje procuram responder com as suas políticas de vida.
daivarela (tradução livre da versão espanhola)