Universidade Lusófona Baltasar Lopes da Silva Cabo Verde
A convite da Universidade Lusófona (naquela que se espera ser a primeira de várias Palestras/Seminários), o Professor Doutor Daniel Medina esteve sábado 16, num Whorkshop de partilha de experiências e, também, para a apresentação do seu livro “Pela Geografia do Prazer”.
Personalidade com grande experiência na área da Comunicação Social, onde se destaca a sua passagem como director da TCV, o Professor disse estar no Auditório da Lusófona não para ensinar, mas para partilhar os seus conhecimentos, partilha essa, dada a sua qualidade deveria ter despertado o interesse de mais do que meia dúzia de futuros profissionais da área de Comunicação Social. Nesse ponto, abrimos um parêntese para, não justificando a ausência dos estudantes, ressaltar que uma palestra do tipo deveria ter sido comunicada com maior antecedência e de uma forma mais apelativa do que uma simples folha afixada com fita-cola. Fica aqui o convite/desafio à Universidade Lusófona para trabalhar com os estudantes de Ciências da Comunicação na produção da publicidade interna e externa. Fechar parêntese.
“O jornalismo sofre mais com a pressão económica do que com a pressão política”, segundo Medina, para quem “estamos muito apegados à barriga e sujeitos a fingir que não vimos nada”, sendo a dependência da publicidade o maior obstáculo ao jornalismo de isenção.
Sobre a questão da formação de profissionais da Comunicação Social no país vs formação no exterior, o Professor é da opinião que a qualidade dos profissionais depende mais do empenho e estudo do que do espaço físico em si. “Existem jornalistas formados no exterior que não dominam o português, como existem casos de jornalistas de qualidade que se formaram em Cabo Verde” afirma.
Um bom jornalista é aquele que procura ler muito – leitura de qualidade – procurando adquirir conhecimentos em áreas tão vastas como a Psicologia, Sociologia, etc., observando o comportamento social para melhor compreender a sociedade.
Questionado sobre as perspectivas do mercado de trabalho para os que se estão formando agora, quando se fala em excesso de pessoal nalguns órgãos de comunicação social, Medina é peremptório “há sempre espaço para bons profissionais”.
Numa altura em que o acto de fazer notícia conhece novos formatos é preciso que o jornalista consiga adaptar-se, não se apegando à formas de noticiar ultrapassadas, pois “hoje há novos ritmos, novas técnicas de escrita, etc.. O novo jornalismo explica as questões e cruza vários dados, fazendo uma interpretação directa e mais profunda da notícia. Infelizmente não existe jornalismo de investigação no nosso país, mas é preciso despertar consciências para esse tema”, diz o Professor Daniel Medina, para quem “O jovem que não pergunta é um adulto que não compreende”.
Nota de Rodapé: O Professor Daniel Medina disponibilizou-se, ofereceu-se (ênfase) para, numa partilha de experiência, capacitar os estudantes de Comunicação Social em matérias que se venha a decidir pertinentes para uma melhor formação dos futuros jornalistas. A bola agora está do lado dos estudantes, cabendo tão-somente a apresentação de propostas à Reitoria da Universidade Lusófona. O desafio está lançado.
Geografia do Prazer, o livro
Geografia do Prazer, o livro
A honra da primeira apresentação oficial do livro do Professor Daniel Medina, Geografia do Prazer, coube à Universidade Lusófona de Cabo Verde, iniciativa que só nos pode deixar orgulhosos pelo reconhecimento que uma figura respeitável da área de Comunicação Social demonstra à nossa Instituição.
O livro, que para o seu lançamento teve uma tiragem de mil exemplares, é, na opinião do autor “um livro de aventuras, experiências e vivências na procura de prazeres que na pressa urbana esquecemo-nos”
2 comentários:
Inflizmente a Universidade não teve um bom papel na divulgação do workshop.
Continuo a pensar que a Universidade vai estar mais preocupada em divulgar sua imagem do que em fazer uma política para que usufruamos realmente do que essas palestras têm de melhor.
Mas nós tb temos um papel importante neste sentido e devemos promover palestras, debates e workshops sem nos preocuparmos em chamar os mass media.
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